ARTIGO
A GUERRA FRIA
Salvador Allende defendia a filosofia marxista. Era um médico, político, social democrata e fundador do Partido Socialista.
Ganhou as eleições no Chile numa situação geopolítica mundial muito complicada, contrariando os interesses dos Estados Unidos que não queria outra Cuba na América Latina.
A guerra fria estava quente. A dívida do Chile na época era de 4 bilhões de dólares, a segunda maior do mundo.
Allende pregava a reforma agrária e a nacionalização das empresas e de bancos. Os investidores estrangeiros dominavam 45% do país, as minas de cobres eram controladas pelos americanos e 80% das propriedades rurais estava nas mãos de grandes latifundiários.
Allende, com seu discurso socialista agradou as massas. Sua popularidade cresceu, mas suas ideologias não se sustentaram quando a economia começou a dar sinais de fragilidade.
Uma forte sanção econômica dos Estados Unidos contra a política socialista de Allende atingiu em cheio a economia chilena. A produção agrícola caiu, o preço do cobre despencou no mercado internacional, a inflação estava assustadora e o desemprego aumentando. O setor produtivo, insatisfeito com a política de Allende, começou a se mobilizar para tirá-lo do poder.
O Presidente americano Richard Nixon e seu Secretário de Estado Henry Kissinger apoiaram e deram aval para que o Chile destituísse Allende do poder; os fins justificam os meios.
Um militar chamado Augusto Pinochet era respeitado no meio militar e era o militar de confiança de Allende. O General Carlos Prats, que era o Vice Presidente Pinochet, não era o militar mais graduado. O país estava um caos e a beira de uma guerra civil. Carlos Prats aconselha Salvador Allende a decretar estado de sítio. O congresso nega, aumentando a força dos que queriam Allende fora do poder.
O General Prats recusou-se a participar de qualquer golpe de estado, razão pela qual se viu obrigado a renunciar, abrindo assim o caminho para o sangrento golpe militar liderado pelo homem de confiança de Allende, Augusto Pinochet.
Prats morreu no exílio em Buenos Aires. Foi uma das vítimas do regime ditatorial de Pinochet sendo alvo de um atentado a bomba cometido em 1974 pela Dirección de Inteligencia Nacional – DINA, a polícia secreta Pinochetista, em Buenos Aires.
No dia 11 de setembro de 1973 o Palácio de La Moneda é atacado e Salvador Allende se suicida. Augusto Pinochet se torna Presidente do Chile e comanda uma das ditaduras mais sangrentas da América Latina.
Salvador Allende não percebeu que a política não é para os sonhadores e muito menos para os idealistas.
A economia é a base de sustentação de qualquer ideologia ou regime.