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A CAMPANHA MUITO ESTRANHA DO TSE

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Nos últimos meses temos visto uma campanha publicitária assinada pelo Tribunal Superior Eleitoral muito estranha. Estranha pelo target (público) escolhido.

Vimos uma senhora de mais de 80 anos, humilde, semianalfabeta, falar sobre eleições. Ela integra o público eleitor? Sim, o público facultativo, aquele que vota se quiser.

Que esforço é esse do TSE para convencer o público que não tem obrigação de votar, pobre, analfabeto, de ir às urnas? Muito estranho. Após quase dois meses despejando milhões em verbas públicas, talvez tenham percebido que era over dose aquela senhorinha em todos os intervalos da TV Globo e aí criaram outros dois comerciais.

Um deles traz um cidadão com necessidades especiais, com direito a uma cena constrangedora, um close nas pernas do indivíduo que utiliza a ajuda de muletas em um comercial de péssimo gosto. Por último, lançaram um comercial para os descolados, para a galera sniff que não está nem aí para eleições, com uma trilha chupada da Blitz (burrice, a Blitz é uma banda de 40 anos atrás), para convencer a tribo louca de votar.

Será que o TSE está fazendo campanha política antecipada? Escolhendo um público específico, usando dinheiro público para fazer valer o Fórum de São Paulo? Muito estranho… Lula acredita que o Brasil é um país de idiotas. Até certo ponto ele tem razão. Ele vive dessa premissa. Seus parceiros também.

O problema é que existe um país de pessoas produtivas, que gostam de trabalhar, são honestas, muito maior do que as pesquisas são capazes de esconder com seus resultados desonestos, percentuais manipulados, cobertos pela conivência de instâncias superiores do poder.

A pergunta é: quando o TSE vai veicular comerciais para os produtores do agronegócio, aos empresários que geram emprego e renda, para as Classes B Alta e A, aos evangélicos? Quando? Isonomia é isso. São todos eleitores.

Democracia é isso! Exigência é isso! Se o TSE não produzir imediatamente comerciais com todos os targets habilitados a votar, alguma coisa de errado será evidente. Cabe uma CPI da propaganda do TSE.

Não dá para disfarçar. Se não forem veiculados comerciais para esses públicos, ou seja, todos que votam, então algo de muito errado está em curso. A sociedade precisa estar atenta, denunciar, pressionar o Congresso para verificar o fato, reagir. Esse é um atentado contra a democracia. Grave.

Isenção é não ter posicionamento a favor de ninguém. Mas se a ideia é dar um golpe na democracia, ela certamente está em curso e isso preocupa. A campanha do TSE é muito grave, caso não seja complementada por peças publicitária incluindo todos os segmentos da sociedade. É ardilosa se mantiver uma velhinha de 80 anos, um deficiente e uma galera festiva como atores.

Talvez o próximo seja dedicado ao público LGBTQIA+. É legítimo, claro que é. Mas onde estão os geradores de emprego, renda e riqueza do país? Após 45 anos de exercício na profissão de publicitário, nunca tinha visto nada igual. Jamais vi uma campanha subsegmentada e tão dirigida.

O TSE seguramente não deve pensar que o Brasil só tem idiotas, como o PT acha. Ou o PL acha. Embora, nesse caso, a estratégia está muito mais para pensamentostotalitários, que tanto o PT admira, patrocinou, financiou e mantém relações próximas. É muito, muito estranho…

Como publicitário decano, aviso aos colegas envolvidos nesse horror e enganação que estão produzindo esscampanha desonesta até agora de peças: estou de olho, no futuro vocês poderão ser responsabilizados pela estratégia, acreditem. Vocês não estão blindados como acham, pensem com a razão. Ninguém engana todo mundo o tempo todo.


Kleber Ferriche, autor do texto, é publicitário.


 

A opinião dos autores e seus artigos é de sua inteira responsabilidade, não representando, necessariamente, a opinião da Revista Diária. E-mail: [email protected] www.revistadiaria.com.br
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