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A ILUMINAÇÃO DOS ILUMINADOS

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ILUMINAÇÃO DOS ILUMINADOS.

Por: Afonso Celso Candeira Valois

Em 26/09/24, logo a noitinha eu e a minha esposa Marília Valois tivemos a grande satisfação de receber em nosso apartamento, a ilustre vizinha, Dra. Antoniana Ursine Krettli, formada em farmácia-química e em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde cursou a graduação, mestrado e doutorado, além de posteriormente ter obtido o pós-doutorado pelo Instituto Pasteur (Paris-França).

A Dra. Antoniana é exímia pesquisadora, professora e competente orientadora de inúmeros profissionais em seus respetivos assuntos acadêmicos, além de já ter escrito e publicado diversos artigos técnico científicos, ser membro da Academia Brasileira de Ciências, participar de outras organizações técnico científicas e receber inúmeras condecorações, cuja espetacular trajetória acadêmica está muito bem retratada no livro de 208 páginas, de sua autoria, de título: Uma cientista brasileira.

 

A visita da nobre Dra. Antoniana foi para discutir sobre a germinação e desenvolvimento de plantas, especialmente do pau-brasil, baobá e violeta.

Este fato muito bem-vindo, me motivou não só a homenagear a Dra. Antoniana, como também relembrar antecedentes valiosos, envolvendo outros profissionais iluminados e iluminadores no campo da ciência, tecnologia e inovação.

Certa vez, como chefe-geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen, na denominação charmosa), tive em mente reunir em Brasília (DF), alguns dos mais renomados professores e pesquisadores em genética e Biotecnologia agrícola do Brasil, com o fito de colher subsídios técnico-científicos sobre os importantes temas para serem transformados em planos, programas e projetos, em uma reunião objetiva de apenas 1 dia.
Para isso haveria a necessidade da captação de recursos financeiros para levar a efeito essa reunião estratégica.

Isso foi conseguido junto à diretoria do CNPq de maneira bem expedita.
Assim, o próximo passo foi a escolha “a dedo” de 20 Fespecialistas nas citadas áreas, cuja valiosa equipe multidisciplinar e multi-institucional foi composta por professores e pesquisadores de universidades e da própria Embrapa, de reconhecido saber. Eu mesmo tive a função de recolher as sugestões, compatibilizar e elaborar os brilhantes resultados do magno e inédito evento!

A publicação foi feita no livro do ex-procitropicos, de título: Recursos Fitogeneticos nos Trópicos Sul-americanos, pág 104, 2010, 367p. Logicamente que o CNPq recebeu o relatório técnico e de prestação de contas, bem como os devidos agradecimentos! O diretor do CNPq naquela época era o conhecido e competente Dr. Ruy Caldas, grande amigo da Embrapa.

De maneira sucinta, os principais temas abordados advindos desse encontro de “notáveis” são os seguintes:

a) Tamanho ideal das unidades de conservação; tamanho efetivo mínimo viável da população para tornar os procedimentos mais pragmáticos; amplitude da convivência harmônica entre plantas, animais e microrganismos em interação com o ambiente em que vivem; inventário, domesticação e enriquecimento dos recursos genéticos; valoração da biodiversidade e da agro biodiversidade; processos dinâmicos da conservação da conservação de germoplasma; fundamentos da coleção nuclear ou “core collection”; complexo gênico ou “genepool”; fisiologia do desenvolvimento e sistemas reprodutivos de genótipos; sanidade vegetal e animal; homeostase genética e do desenvolvimento; efeitos pleiotropicos e efeitos de perigos e danos naturais e antrópicos que atuam na vulnerabilidade da biodiversidade.

b) Citogenética; botânica e taxonomia; genética qualitativa; genética quantitativa; genética de populações; genética ecológica; genética estatística; genética de microrganismos; genética genômica, proteomica e metabolomica; etnobotânica; etmozoologia; ecologia e evolução, levando em consideração as forças evolucionárias da mutação, migração, recombinação e seleção (natural, estabilizadora, direcional e disruptiva); diversidade funcional de ecossistemas; populações isopatricas e alopátricas; efeitos alelopatricos.

c) Erosão genética e perigo dê extinção de espécies, considerando os seguintes critérios com o objetivo de estabelecer prioridades para a conservação e resgate da diversidade genética: com risco de extinção, vulnerável, raro, sem perigo, indeterminado, desconhecido e fora de perigo.

d) Biologia molecular; mapeamento e análise genômica; funcionalidade de genomas; sequenciamento de DNA; bioinformatica e modelagem molecular; regulação e expressão gênica; bioquímica do metabolismo; estresse biótico e abiótico em presença das atuais ameaças de trocas climáticas; prospecção e engenharia de genes e proteínas; marcadores moleculares e tipificação de genótipos.

e) Biologia celular; cultivo “in vitro” e estabilidade genética dos acessos conservados; mutação e efeitos epigenéticos; regeneração e transformação; micropropagação e diferenciação celular.

A união desses e de outros procedimentos com a aplicação da convergência de tecnologias é de fundamental importância para o constante aperfeiçoamento requerido para a biologia da conservação e uso do germoplasma vegetal.

Na visão estratégica e holística, o prognóstico otimista acima desenhado atingiu os seus propósitos em prol do desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, considerando especialmente, os recursos genéticos de plantas e a biotecnologia agrícola.

 

Valois

* Afonso Celso Candeira Valois. Engenheiro Agrônomo, mestre em Genética e doutor em Genética. Pós-doutorado na Universidade do Estado do Novo México (EUA) em genética e biotecnologia de plantas. Pesquisador aposentado da Embrapa.

 

 

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