Ontem, 10 de agosto de 2021, ficou clara a urgente necessidade de uma reforma política/eleitoral no país. A Câmara dos Deputados, na contramão da vontade popular, rejeitou o Projeto de Emenda Constitucional – PEC que instituía o voto impresso pela urna eletrônica.
A base do entendimento popular é a garantia de auditoria em resultados eleitorais, sejam quais forem os vencedores, fundamental ferramenta para certificar a lisura do pleito.
Sem justificativa plausível, as classes política e judiciária se manifestaram enfaticamente contrárias ao voto auditável, enquanto movimentos representativos por todo o país o defenderam.
O resultado revela, então, uma Câmara dos Deputados não representativa, dicotomia já percebida há tempos e que exige correção de curso no sistema político/eleitoral.
O voto distrital, em tramitação na mesma Câmara dos Deputados, é bom começo para reparação de danos causados pelo sistema arcaico, inadequado e interesseiro, mas insuficiente, precisando ser complementado por reformas mais contundentes que restaurem a confiança da população no modelo político.
Fim da reeleição, redução de partidos políticos (hoje são 33 partidos) e fim do foro privilegiado são alguns exemplos de incoerências que nos são impingidas por uma classe corporativista e desacreditada.
Há males que vêm para bem e a rejeição de ontem deve ser vista como estímulo para uma profunda reforma política/eleitoral tão necessária para a sobrevivência da democracia brasileira.
Ao mesmo tempo, as manifestações populares devem se intensificar, pois se com acentuada manifestação, a população brasileira não consegue aprovar seus objetivos, sem ações participativas, a raposa definitivamente tomará conta do galinheiro.
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