ARTIGO
A QUALIDADE DA DEMOCRACIA DEPENDE DE BONS PARTIDOS
Os partidos têm perdido força e sentido nos últimos anos no Brasil. É de grande importância entender que, sem partidos, não há democracia. Não faz muito tempo, tínhamos partidos de fato, poucos, mas suficientes. Eram representativos, como UDN, PSD, PTB e PR. Hoje, temos mais de trinta siglas que não representam nada, são meras siglas de aluguel. A maioria não possui nem diretórios nos municípios, são comissões provisórios e não têm nenhum poder.
No passado, tínhamos partidos verdadeiros, autênticos, ideológicos e democráticos. Em outros países, também existiam partidos, alguns não democráticos, que defendiam regimes autoritários. Eram vistos como facções, agindo de forma simulada e contra o seu país.
Interessante é que os políticos do passado, os revolucionários franceses e os fundadores da nação americana, tinham algo que não temos hoje: criaram partidos com visão de futuro. Eles assumiam o poder para construir uma grande nação. Tinham suas imperfeições, mas eram idealistas, com um cunho filosófico inexistente nos dias de hoje, mas que merece ser resgatado.
Partidos tinha como ideal chegar ao poder para governar e implementar seus ideais, tinham projetos, um bom ex. “Plano de crescimento 50 anos em cinco, presidente JK” . Nas eleições de hoje, esse sentimento só existe durante o período eleitoral. Depois da posse, os vencedores se colocam como donos da cidade e não como representantes.
É importante neste momento trazer à luz a real importância dos partidos. É através deles que constituímos os governos. Se não temos consciência e conhecimento, não podemos fazer boas escolhas e cobrar dos eleitos. A coisa pública não pode ser apenas de alguns. Se tem acontecido, é por omissão dos conscientes e ignorância dos alienados.
O voto e a identidade é o que torna a pessoa cidadã, o que lhe dá direito a participar da res pública e o que a torna de fato uma espécie de dona de uma nação ou de uma cidade.
É importante nesta eleição que os eleitores não analisem apenas os candidatos, mas também a coerência partidária e suas práticas.