Nas empresas que possuem Conselhos, para quaisquer erros estratégicos ocorridos em todas as áreas da organização, os culpados são os conselheiros. São eles que escolhem os executivos, chancelam os planos estratégicos e os investimentos – os sucessos e insucessos são deles. Mas não é o que normalmente acontece, pois muitas vezes se elege um “bode expiatório”.
Quando não há Conselho, a falha é sempre do empresário, não planejou bem ou não acertou na implementação. Se um dos setores erra, deve ser corrigido, o líder maior é o responsável. Entretanto, não é o que sempre se observa.
Os verdadeiros líderes assumem os erros. E quando tudo está funcionando, o mérito é dele e da equipe, que executou bem e merece ser reconhecida e gratificada.
Para evitar a criação de culpados como mencionado, os Conselhos precisam ser profissionais, acompanhar de perto as atividades estratégicas; assim manda a lei. E para ter bons resultados é necessário ter bons líderes, boas equipes e indicadores em todos os níveis da estrutura. Esse é o preceito para amenizar os enganos e não cometer injustiça.
Já vivenciei experiências desagradáveis, nas quais o líder intermediário foi demitido, em razão de o líder principal não assumir a responsabilidade pelo erro – algo lamentável. Acontece na maioria das vezes por falta de preparo para ocupar o cargo. Podemos usar o jargão popular diante de situações como essa: “explicou, mas não justificou”. A responsabilidade sempre é do Conselho ou do empresário, mesmo quando há negligência no operacional.
No futebol, quando o time é desclassificado, o erro não é do técnico, como muitos acreditam, mas da diretoria, que o contratou mal ou não deu recursos suficientes. Assim também é nas empresas.
Hélio Mendes | Consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, em Brasília.