A SAGA DO EMPOBRECIMENTO BRASILEIRO, TAMBÉM MIRANDO O DF
Em cenário de desequilíbrio fiscal autoconstruído, o governo federal decidiu, após longa queda de braço interna, promover redução de despesas com o objetivo de cumprir a meta fiscal prevista de “zerar” (promover empate entre receitas e despesas) o resultado primário. Ocorre que esse “zero” é relativo e será considerado zero, mesmo que o déficit fiscal seja de até R$ 28 bilhões, aliás a prevista meta do governo.
A questão é que os custos governamentais se descontrolaram (somente em viagens nesses dois anos foram R$ 5 bilhões) e certamente não permitirão o cumprimento do déficit “zero” (no caso R$ 28 bilhões).
Com despesas obrigatórias crescentes (funcionalismo público e aposentadorias), recursos escasseiam, investimentos despencam e cai a capacidade de o país honrar seus compromissos financeiros, estimulando inflação e juros, derrubando a economia e alimentando o desemprego.
Com um quadro a exigir redução de despesas, o governo elaborou proposta (com viés político e não econômico) pressionando o salário mínimo e benefícios sociais, isenção de imposto de renda até R$ 5 mil, elevação do Imposto de renda para valores acima de R$ 50 mil, criando dúvidas no mercado sobre a capacidade de realização das propostas. Em imediata reação, o dólar ultrapassou a paridade de R$ 6,00 e a Bolsa de Valores registrou perdas.
O conjunto de medidas, que ainda será avaliado pelo Congresso Nacional, sinaliza impulsionamento ao desequilíbrio social, empobrecendo o cidadão já pobre e teatral tentativa de empobrecer o rico.
Sem recursos para investimento (pelo incontrolável crescimento das despesas) o país não cresce, não gera riqueza, nem emprego e, ao se empobrecer leva consigo grande parte da população.
Não satisfeito, o Ministro da Fazenda revelou em entrevista hoje pela manhã que, além da redução de despesas proposta, ainda trabalha a mudança na forma de cálculo do Fundo Constitucional do DF, promovendo redução de recursos para a saúde, educação, segurança pública e investimentos da capital.
A imagem de ilha da fantasia já foi exaustivamente exposta pelo Ministro da Casa Civil, Rui Costa, que não conseguiu estabelecer progresso em seu estado quando governador e se incomoda com a prosperidade da capital da República.
Prestando atenção, o objetivo do governo federal é sempre empobrecimento.