ALGUMAS EXPECTATIVAS PARA 2022
2022 se inicia com expectativas não tão animadoras para o crescimento econômico do país. Há perspectiva de piora no cenário fiscal com elevação do déficit primário da União, resultado de um frágil crescimento da receita, decorrente da perda de arrecadação pela redução na atividade econômica, condição agravada pela elevação no teto dos gastos.
Essa avaliação é baseada no Relatório de Acompanhamento Fiscal – RAF, publicado pela Instituição Fiscal Independente – IFI do Senado Federal.
O risco de deterioração no ambiente fiscal se eleva drasticamente pela atividade eleitoral que tomará conta do país na maior parte deste ano. Exemplo desse impacto pode ser percebido ainda no início das atividades eleitorais pelas propostas para elevar o salário de 12 milhões de funcionários públicos.
Essa atitude, se concretizada, ampliará as despesas da União em R$ 85 bilhões, em quadro de pandemia que, em conjunto com a desaceleração da atividade econômica, vem dificultando a recuperação do nível de emprego. Quando um contingente semelhante de 12 milhões de trabalhadores encontra-se desocupado, é um acinte tratar de elevação salarial para quem tem estabilidade no emprego.
Para piorar, o Congresso pressionou o orçamento ampliando os recursos para financiamento de campanha política, elevando-o a R$ 5,7 bilhões para utilização em 2022, enquanto a verba destinada para o saneamento básico nos últimos 6 anos alcançou R$ 5,2 bilhões.
Anacrônicas escolhas políticas distorcendo as prioridades nacionais e aplicando mal os recursos do contribuinte.
Em 2021, os preços das commodities e diversos gargalos nas cadeias produtivas globais se exportaram para grande parte da inflação nacional que, associada a escassez hídrica, alcançou 10%. Para 2022, as expectativas chegam a 5,2%, ainda acima da meta definida pelo Banco Central.
As expectativas não entusiasmam, mas com responsabilidade fiscal e comprometimento político, 2022 pode ter a chance de promover melhores resultados para a economia nacional.