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AS COOPERATIVAS EVITAM A CONCENTRAÇÃO

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ARTIGO

HÉLIO MENDES

Não dá para descrever em apenas um artigo a importância de uma cooperativa para o equilíbrio de seu setor produtivo. Vamos abordar alguns aspectos dentro do que é mais o nosso domínio: a estratégia setorial.

As cooperativas tornam o pequeno produtor grande, ou seja, possibilitam a ele competir até com os grandes players; dificultam a concentração, uma tendência na maioria dos setores, principalmente o de commodities, que predomina em nosso país – como é o caso dos setores frigorífico e do couro, que em vinte anos se concentraram.

A concentração nos setores da carne e do couro tem penalizado o elo mais importante da cadeia produtiva, o dos pecuaristas. Poucos frigoríficos passaram a dominar a negociação e têm tirado toda a margem do produtor, eliminando os pequenos e os frigoríficos, por estes não terem escala. E mais: encarecendo o preço do produto para o consumidor final. A concentração, de forma planejada ou não, tende a formar cartéis. Hoje poucos e grandes frigoríficos determinam a rentabilidade do setor.

A maioria das cooperativas é regional, criada para viabilizar a produção local. Evitam a concentração, o que é bom para o produtor e o consumidor. Mas a sua sobrevivência, em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado, exige modelos de gestão diferentes, o que às vezes não acontece, em razão de não se reconhecer que a cultura da produção do cooperado é diferente da que a cooperativa deve ter para atuar em diversos mercados, nos quais os valores e princípios são diferentes.

Hélio MendesConsultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia[email protected]www.institutolatino.com.br

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