O Brasil é um país non sense.
99% dos brasileiros defendem, há décadas, que a solução para o desenvolvimento brasileiro está na priorização da educação e, como principal instrumento, a elevação salarial dos professores com objetivo de lhes dar dignidade e tranquilidade para oferecer ensino de qualidade às crianças brasileiras.
Eis que quando essa nova era começa a chegar, surge uma revolta institucionalizada, envolvendo diversas categorias de políticos (deputados, prefeitos e candidatos) revelando claramente que a priorização da educação era puro discurso para conquistar votos, sem qualquer compromisso com a entrega, artimanha por demais conhecida da velha política.
O imbróglio começou quando Presidente da República decidiu, nesta semana, reajustar o piso salarial dos professores em 33,24%, de acordo com lei do piso salarial dos professores sancionada em 2008.
A reação dos prefeitos foi imediata pela pressão que fará no orçamento.
Mas é preciso entender que a pressão existirá porque sua maior causa está no desequilíbrio fiscal que infesta os municípios que, por sua vez, não se esforçam para conquistar autonomia que lhes daria espaço para oferecer esse aumento, reduzindo a pressão orçamentária.
É muito mais cômodo inchar a máquina pública e receber recursos do estado e da União para pagar as contas da prefeitura do que desenvolver projetos que aumentem sua independência. Não fazem o dever de casa e se unem para desconstruir qualquer solução nacional que interfira nas destinações de recursos de suas prefeituras.
Prefeitos, políticos e candidatos só defendem aumento salarial para professores nas campanhas políticas.
Na opinião da REVISTA DIÁRIA, o aumento, mesmo bem-vindo, chega contaminado pelo modelo linear e por desvirtuar o foco.
A meta do ensino não deveria ser o salário do professor, mas o aprendizado do aluno. Alunos com conhecimento que o preparam para o mundo competitivo deveriam significar salários mais altos para seus professores.
Portanto, aumentos salariais deveriam ser consequência da eficácia do ensino avaliada periodicamente. Aumentos lineares aglomeram joio e trigo no mesmo recipiente, desestimulando resultados e viciando a categoria.
De todo modo, a classe de professores foi priorizada, trazendo alívio financeiro para muitos e desmascarando a hipocrisia dos políticos.
No frigir dos ovos, há muito mais acertos do que danos na decisão do governo central.