Entramos no segundo semestre de 2022 e o barrense deve estar se perguntando como foi o desempenho de seu município nos primeiros seis meses de 2022.
Barra do Pirai registrou, nesse período inicial do ano, 105 novas empresas representando crescimento de 4%.
Analisando a variação relativa, constata-se pequeno crescimento, pois o Estado do Rio de Janeiro cresceu 20% (mais 13 mil empresas) e o país cresceu 21% (mais 344 mil empresas).
O aumento no número de empresas não promoveu no município a esperada geração de empregos e, como consequência, o número de carteiras assinadas se reduziu em 244.
A performance coloca o município na contramão das tendências, pois o Estado do Rio criou, no mesmo período, 77 mil vagas e o país adicionou assinatura de mais um milhão de carteiras.
A remuneração média dos trabalhadores barrenses formais está na faixa de R$ 1,6 mil, metade da média do Estado, e a composição de renda no município está concentrada nas classes D e E (juntas representam 76%, o dobro da média estadual) e na classe C com 21%. Restam 3% para as classes A e B.
Na redução das desigualdades e na geração de emprego e renda, Barra do Pirai, infelizmente, perdeu o semestre.
Considerando a região composta por 8 municípios, o PIB per capita barrense se posiciona em 6º lugar, na faixa de R$ 21 mil/habitante, valor inferior não só à média do Estado, como também à média da região.
Na composição desse PIB o setor de serviços protagoniza, o que não surpreende, mas o que chama a atenção e explica em parte sua limitação é o equilíbrio na participação da administração pública e da indústria, enquanto a agropecuária aparece com irrelevante 1%.
O perfil do PIB barrense revela a máquina pública municipal acima do peso e uma priorização da área de gestão, constatada pelos dispêndios do Poder Executivo no 1º semestre, com 19% para área administrativa (governo, RH e administração), enquanto a agricultura foi contemplada com 0,2% e o turismo com 1,1%.
Para a educação foram destinados 26% dos recursos, porém não se sabe que resultados a área do ensino barrense entregou.
Já o Poder Legislativo barrense, composto por 11 vereadores, custou, no primeiro semestre de 2022, R$ 3,6 milhões aos cofres públicos municipais, tendo aprovado 36 projetos, dos quais 42% originários do Poder Executivo.
O desempenho da Câmara Legislativa revela que cada vereador custou R$ 328 mil no período, o equivalente a R$ 1,8 mil por dia, e cada projeto aprovado custou ao redor de R$ 100 mil.
Avaliação criteriosa de todo esse desempenho pode proporcionar à administração a revisão no planejamento e reversão de determinadas tendências, especialmente na geração de emprego e renda e na redução das desigualdades, fatores estratégicos e sensíveis para a recuperação econômica do município.
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais.