Algum barrense já se pôs a imaginar como será Barra do Pirai daqui a 8 anos? É um espaço de tempo relativamente curto para políticas públicas, mas representa interessante exercício.
Taxas de crescimentos populacionais sugerem população de 130 mil habitantes em Barra do Piraí, sem expectativas para PIB ou para geração de empregos.
Com essa perspectiva, como estarão os serviços de saúde, educação, saneamento, transporte público e segurança, essenciais para a qualidade de vida do barrense?
Para mais precisa previsão, seria necessário saber se o ambiente no município está propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento de projetos oficiais estabelecendo metas e objetivos.
Em não estando, provavelmente o barrense continuará, em 2030, reclamando: de frequente desabastecimento d’água; da insuficiente oferta de ônibus (com cotidianas quebras); da ausência de sofisticados, mas essenciais, exames de saúde; do insatisfatório padrão de ensino público; de eventuais e destruidoras enchentes e, quiçá, da viabilidade ou não de aviões e vagões em praças públicas.
Em outras palavras, há considerável probabilidade de que nada ou pouco se altere nesses próximos 8 anos. Mesmo porque, há décadas o município faz questão de manter o status quo, consequência de modelos administrativos refratários à criatividade e à utilização de modernos instrumentos de gestão.
Já imaginaram se no lugar desses problemas alimentados por uma nefasta relação “solução paliativa/voto”, o barrense passasse a debater em 2030, por exemplo: as causas de o ensino municipal ter alcançado o segundo lugar em avaliação competitiva com municípios da região, quando a meta era alcançar o primeiro lugar; ou o nível de desemprego municipal que caiu o suficiente para colocar Barra na liderança da criação de empregos qualificados, mesmo sem atingir a meta pré-estabelecida; ou o aumento da produtividade alcançada pelo agronegócio barrense que poderia ter sido maior, não fosse a estiagem prolongada ou a inesperada temporada de chuvas torrenciais que prejudicou o atingimento das metas; ou o comércio local que cresceu acima do esperado porque a geração de emprego e a competitividade, nos setores privados, alavancaram o nível salarial dos barrenses e estão permitindo o avanço para novas plataformas comerciais; ou ainda o crescimento do turismo no município, que surpreendeu e apresentou relevante participação do turista local, sugerindo autossuficiência do setor.
Não há dúvida de que o exercício do desejo estimula conquistas, permitindo que os novos níveis para debate sejam perfeitamente possíveis, mas é preciso clara compreensão de que o sucesso ou o insucesso do município está embutido no voto de cada um.