- PUBLICIDADE -

BATALHA DE VERDUN. A MÁQUINA DE MOER CARNE HUMANA.

- PUBLICIDADE -
Pérsio Isaac

A Batalha de Verdun… só de ouvir o nome, a gente sente um calafrio na espinha, não é? “A máquina de moer carne humana”, como bem disseram. E não é exagero, viu?

 

Imagine só: fevereiro de 1916. Um frio cortante varrendo as colinas da França. De um lado, os alemães, firmes no seu plano de “sangrar a França até a morte”. Do outro, os franceses, agarrados a cada palmo daquela terra como se fosse a última esperança.

Não tinha heroísmo romântico ali, não senhor. O que tinha era trincheira enlameada, rato correndo pra todo lado, piolho incomodando mais que sogra. Tinha o barulho ensurdecedor da artilharia que não parava nunca, dia e noite, transformando a paisagem em cratera lunar. Tinha o cheiro acre da pólvora misturado com o cheiro doce e enjoativo da morte.

Os soldados… ah, os soldados. Jovens, em sua maioria, arrancados de suas casas, de seus campos, de seus cafés. Rostos pálidos, olhos arregalados de medo e de cansaço. Cavavam buracos na terra, se encolhiam sob o bombardeio, esperavam a ordem para avançar sabendo que a chance de não voltar era enorme.

E avançavam. Sob uma chuva de aço, tropeçando em corpos estraçalhados, vendo seus companheiros tombarem ao lado. A baioneta era o último recurso, o combate corpo a corpo, brutal, desesperado. Não havia estratégia genial, não havia tática sofisticada. Era só a massa de homens se chocando, um tentando aniquilar o outro.

A cada metro conquistado, uma montanha de vidas ceifadas. As cartas para casa, quando chegavam, vinham rabiscadas, manchadas de lama e, às vezes, de sangue. Falavam de saudade, de frio, de fome, mas raramente conseguiam expressar o terror que viviam.

Os dias se arrastavam, as semanas viravam meses. Verdun resistia, teimosamente. Os franceses gritavam “Ils ne passeront pas!” (“Eles não passarão!”), tirando forças de onde não tinham. Os alemães insistiam, pagando um preço altíssimo por cada centímetro de terra.

No fim das contas, depois de dez meses de inferno, Verdun continuou francesa. Mas a que custo? Centenas de milhares de vidas perdidas, de ambos os lados. Uma geração inteira marcada pela cicatriz invisível daquela carnificina.

Olha para o mapa hoje, vê Verdun ali, uma cidadezinha como tantas outras. Difícil imaginar o banho de sangue que tingiu aquela terra. Difícil imaginar o sofrimento daqueles homens, transformados em números, em estatísticas frias de uma guerra sem sentido.

Por isso que a gente precisa lembrar de Verdun. Não pelos generais, pelas estratégias, pelas “vitórias”. Mas pelos anônimos que tombaram ali, na lama, sob o fogo incessante. Para que a gente nunca se esqueça do preço da guerra, do horror da violência, da fragilidade da vida humana. Porque, no fundo, a “máquina de moer carne humana” de Verdun nos lembra de algo muito importante: a urgência da paz.

Persio Isaac
"O conteúdo deste artigo reflete apenas a opinião do autor e não necessariamente as opiniões do Portal REVISTA DIÁRIA, que não se responsabiliza por qualquer dano ou erro que possa surgir do uso das informações apresentadas neste artigo. Ao acessar e ler este artigo, você concorda em que REVISTA DIÁRIA não se responsabiliza por quaisquer danos diretos, indiretos, acidentais ou consequentes que possam surgir do uso das informações contidas neste artigo. Você concorda que é responsável pelo uso que fizer destas informações e que o blog não tem qualquer responsabilidade por quaquer erro, omissão ou imprecisão."

SUGESTÃO DE LEITURA: https://revistadiaria.com.br/artigos-e-opiniao/a-ferida-escancarada-na-capital-do-oeste-paulista/

A FERIDA ESCANCARADA NA CAPITAL DO OESTE PAULISTA

 

- PUBLICIDADE -

Últimas notícias

Notícias Relacionadas