ARTIGO
CHINA ESTÁ COMPRANDO MENOS DO BRASIL
China, a segunda maior economia e a principal demandante por commodities do planeta, vem reduzindo, especialmente nesse segundo semestre, suas compras do Brasil.
Para quem representa o principal parceiro comercial do Brasil, o maior destino das exportações brasileiras e a principal origem das importações brasileiras, contribuindo para o superavit comercial, a queda de 30% na demanda experimentada de julho para outubro significa extraordinária perda em receitas relevantes para a economia nacional.
EXPORTAÇÕES MENSAIS DO BRASIL PARA A CHINA EM 2024
Os resultados revelam não haver relação de causa e efeito nas variações das exportações do Brasil com as variações nas importações totais chinesas. Maiores importações da China não significaram maiores exportações brasileiras.
Ainda que tenha havido, de setembro para outubro, uma redução de 4% nas importações totais da China, o gigante asiático vinha elevando suas importações nesse segundo semestre, sem que essa maior demanda refletisse na importação de commodities brasileiras.
IMPORTAÇÕES TOTAIS MENSAIS DA CHINA EM 2024
Independente da importância da China e dos motivos da queda nas suas importações, há uma grande diferença na relação de dependência entre o comércio dos dois países. Enquanto a demanda chinesa representou, em outubro, 24% das exportações brasileiras, essa mesma exportação brasileira significou somente 3% das importações chinesas. Diferença relevante a se manter sob constante observação.
Como se isso não bastasse, surge um novo evento relevante.
Há expectativa de que, com a eleição de Donald Trump, a política protecionista e a carga tarifária a serem impostas no comércio exterior pelos EUA, em 2025, alterarão significativamente a pauta do comércio internacional, especialmente na relação bilateral com a China, promovendo oportunidades, e até ameaças, para as exportações das commodities nacionais. Setores têxtil, siderúrgico e agro ganham evidência.
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