Concentração empresarial não é algo novo, e muito menos um modismo. O século XXI começou em 1978, quando o maior líder da época, Xiaoping, assumiu a liderança política da China e do seu partido e transformou não apenas o seu país, mas também o mundo. Alguns reconhecem essa data como o início de uma nova ordem mundial.
Para se inserir nessa nova ordem mundial, é necessário criar grandes conglomerados empresariais, a fim de ter ganho em escala. É o caso brasileiro, no qual predominam as commodities – lembrando que a tendência de todos os setores competitivos é de se concentrar.
Mas, ser pequeno não é problema para atuar no mundo globalizado, que se caracteriza por troca de serviços ou produtos. Essa opção exige, porém, utilizar boas tecnologias e ter boas equipes, agilidade empresarial e bons produtos. Com isso, será possível criar uma posição competitiva.
Voltando à China: para sobreviver, esse país adotou um sistema híbrido, um estado comunista e uma economia de mercado, algo inimaginável até que acontecesse. Cabe a nós brasileiros não adotar o regime comunista, mas o lema que Xiaoping deixou: “Não interessa a cor do gato, o que importa é que ele coma o rato”. É necessário mudar a cultura nacional, ter projetos audaciosos com base no nosso ponto forte, o Agronegócio. Poucos países produzem como nós e todos precisam do que temos.
A única forma, de fato, de adentrarmos essa ordem mundial, com a matriz econômica que temos, é através da formação de grandes conglomerados ou de pequenas empresas com boas gestões. E o importante não é ser dono de um negócio, mas participar de algo que tenha rentabilidade, “não interessando a cor do gato”.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] / www.institutolatino.com.br