ARTIGO
Crítica ao Modelo de Planejamento Regional e Cidades-Polo
O país é segmentado em estados, que por sua vez são subdivididos em regiões de planejamento. Nessas regiões, identificam-se as cidades-polo, em torno das quais orbitam, ou mais precisamente sobrevivem, cidades menores.
Este modelo operacional, que anteriormente oferecia resultados parcialmente satisfatórios, encontra-se agora em um estado de entropia positiva, o que indica uma deterioração acentuada em comparação ao seu potencial ideal. As cidades-polo estão enfrentando uma perda de qualidade de vida, enquanto as cidades menores não recebem o atendimento necessário de acordo com suas demandas.
Agravando essa situação, observa-se uma falta de integração entre as cidades, que coexistem como se fossem um arquipélago de ilhas isoladas. Não há compartilhamento de projetos e cada cidade é administrada de forma independente, sem consideração pelas necessidades ou capacidades das vizinhas.
Um exemplo notório é a região do Triângulo Mineiro, considerada uma das melhores do estado, onde a falta de comunicação efetiva e de sinergia entre as principais cidades é evidente. Predomina a cultura dos currais eleitorais, onde cada político protege seu próprio território, resultando em duplicação de instituições em uma era que demanda a reavaliação dos serviços face aos avanços tecnológicos.
Essa cultura, típica de países em desenvolvimento, reflete uma gestão arcaica em um mundo globalizado. As cidades-polo parecem castelos medievais, ao redor dos quais as cidades menores gravitam. Este panorama requer uma reflexão crítica e a busca por reformulações substanciais nas estratégias de planejamento regional e urbano.
POR: HÉLIO MENDES | REVISTA DIÁRIA