ARTIGO COM LUIZ BITTENCOURT
Algumas armadilhas distorcem Planos de Governo, milimetricamente construídos para engabelar o eleitor. Todos sabemos dessa estratégia, mas parece que o eleitor não percebe ser alvo de verdadeiros ilusionismos.
Recentemente comentei o desastre para a economia municipal representado pela criação de reserva de mercado para os conterrâneos.
Outras arapucas fazem parte de diversos Planos de Governo que exageram, por exemplo, no tratamento dos temas envolvendo funcionalismo público, como cargos comissionados, planos de carreira, etc.. O tratamento justo (plano de carreira é um deles) aos servidores municipais é inquestionável, necessário e, por isso, uma obrigação do administrador municipal.
Porém, a importância que adquire nos Planos e nas campanhas sugere um funcionalismo público que impacta a economia municipal em dimensão muito maior do que se deva aceitar, revelando inconveniente overdose que exige imediata correção, ou representa pura caça aos votos, empurrando a futura gestão para o assistencialismo.
Ambas, como sabemos, são perniciosas e o eleitor não deveria desconhecer essa dimensão, para não ser induzido ao erro.
Muitos desses municípios encontram-se em condição pré-falimentar e os eleitores são iludidos com promessas que fantasiam o empoderamento do servidor público, negligenciando fomento ao setor privado, impedindo a alavancagem da economia municipal.
O eleitor precisa entender que setor público não gera riqueza e, justamente por isso, prefeitura eficiente é enxuta e descomplicada. Quanto menos a prefeitura atrapalhar, mais dinâmica será a economia do município.
O foco, deslocado pelo populismo eleitoreiro, deveria se dirigir para o vigoroso apoio ao empreendedorismo e ao setor privado (sem empregador, não existe emprego), para a desburocratização e para a criação de profícuo ambiente de negócios (business), para a rigorosa redução do tamanho da prefeitura (secretarias, empresas públicas e cargos comissionados), para a também rigorosa redução do número de vereadores e para inovativa e intensa atração de investimentos.
Escapar da areia movediça exige foco, planejamento, determinação, capacitação, seriedade e apoio da população.
Para o bem do município e o futuro das gerações vindouras, o eleitor precisa pesquisar e refletir muito sobre suas escolhas.
Luiz Bittencourt – Engenheiro Metalúrgico pela UFF é Master of Engineering – McGill University – Montreal/Canadá e Pós Graduado em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie