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DEFICIÊNCIAS EM GESTÃO E ESTRATÉGIA NAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS

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  ARTIGO  

Deficiências em Gestão e Estratégia nas Cooperativas Brasileiras

 

A subsistência da maioria dos produtores brasileiros é assegurada pelas cooperativas. No entanto, salvo raras exceções, o modelo atual não mais atende às exigências da nova era organizacional.

Estamos vivenciando um momento distinto na história da administração, marcado por uma competição que ultrapassa fronteiras locais. O avanço tecnológico não apenas aprimora a gestão, mas também exige escalabilidade, enquanto empresas líderes de mercado adotam práticas exponenciais, operando em um contexto de cultura empresarial que é tanto reversa quanto não linear.

O modelo prevalente nas cooperativas demanda uma revisão crítica e substancial, um processo desafiador e complexo, dado que a tradicional igualdade de tratamento entre os cooperados tornou-se insustentável. É, portanto, imperativo revisar os critérios de associação às cooperativas.

Ademais, o poder de negociação dos fornecedores e clientes excede significativamente o dos produtores. Estes entes adotam modelos de gestão profissionalizados que englobam desde logísticas de armazenamento até estratégias de conselhos administrativos e expansão comercial, o que facilita uma maior rentabilidade e controle de preços.

Os sistemas de lobby implementados por fornecedores e clientes também são mais eficazes, beneficiando-se de um ambiente competitivo que transcende as limitações geográficas das cooperativas e se estende por várias nações, facilitando a adoção de inovações, ganhos em escala e um controle mais amplo do mercado.

Nas cooperativas, constata-se que conselhos e diretorias frequentemente são compostos por produtores que dividem suas responsabilidades entre a cooperativa e suas propriedades rurais, resultando em uma dedicação parcial à administração das cooperativas. Esses são selecionados por sua confiabilidade e dedicação, em contraste com a gestão mais profissionalizada e focada na lucratividade predominante em empresas de fornecedores e clientes.

Diante desse cenário, torna-se crucial uma revisão deste modelo nos próximos anos, a fim de garantir a sustentabilidade e a eficácia das cooperativas no competitivo ambiente contemporâneo.

 

HELIO MENDES

Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso” e “Marketing Político Ético”. Ele atua como consultor de empresas e já foi secretário de planejamento e meio ambiente na cidade de Uberlândia/MG. Além disso, é palestrante em cursos de pós-graduação e na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, além de membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicada, em Brasília.

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