Empresas não querem consultoria
Uma parte significativa das empresas não quer consultoria, apenas assessoria para validar o que já fazem. É uma perda de tempo e de recursos porque, para manter o que já existe ou fazer pequenas melhorias, não é preciso ajuda externa, ainda mais quando há possibilidade de se usar a inteligência artificial.
Muitas contratam, ou melhor, usam consultoria para dar satisfação aos Conselhos; outras, para o mercado – algo desnecessário, fazendo reuniões cansativas, gerando belos relatórios que não agregam valor, porque mantêm o padrão cultural existente. E não há grandes transformações sem mudança de cultura.
Na área pública a situação é mais grave, pois o corporativismo é mais forte. Mudanças incomodam e geram necessidade de aprendizagem. Isso não parece estar no horizonte: “Estudantes brasileiros devem demorar mais de 260 anos para atingir qualidade de leitura de países desenvolvidos”. (Fonte: CNM – Confederação Nacional de Municípios).
As empresas que trabalham com commodities apostam em melhoria contínua, em aperfeiçoar os processos internos. Geralmente suas equipes têm pouca visão estratégica, algo que já não atende mais, em razão da dinâmica dos mercados e das mudanças radicais no macroambiente. Contratam consultorias com pouca experiência para manter o modelo existente, e não para repensar o negócio. Lembram-nos das palavras de Henry Ford: “Qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”.
Este é um dos motivos pelos quais o Brasil tem um dos piores índices de produtividade do mundo: em muitas empresas privadas a cultura é semelhante à das públicas, com baixo nível de leitura e de criatividade.
Se a empresa não quer de fato mudar, não precisa contratar consultorias. A melhor opção é investir nos recursos internos, até porque temos poucas consultorias cujo portfólio apresenta visão global. A maioria entrega apenas o que os clientes querem – e não o que precisam.
Publicado por Helio Mendes | Revista Diária
Hélio Mendes – Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Marketing Político Ético, consultor de empresas, foi secretário na área de Planejamento e Meio Ambiente da cidade de Uberlândia/MG. Palestrante em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG. Membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.
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