Para muitos, a política é um território exclusivo dos políticos, a ponto de ser tratada como profissão e até herança familiar – algo que não deveria ocorrer. Se seu propósito é o bem comum, então afeta a todos e deve ser responsabilidade coletiva, não privilégio de poucos.
Quem pensa o contrário não consegue construir uma estratégia global, pois esta nasce do macroambiente — influenciado por fatores econômicos, políticos, sociais, ambientais e tecnológicos. No topo desse jogo, poucos comandam a geopolítica: os verdadeiros donos do mundo.
Nesse cenário nebuloso, os lobistas desempenham um papel-chave. No Brasil, a lei sobre lobby foi aprovada, mas não regulamentada, pois os próprios parlamentares assumiram essa função — um “pequeno desvio de atribuição” que compromete a transparência.
Brasília, há tempos, tornou-se uma ilha da fantasia: partidos alugam suas pautas, o Congresso opera como um grande sindicato, e o presidente, um velho sindicalista, troca votos por emendas nem sempre alinhadas com os interesses dos eleitores.
Para construir uma estratégia empresarial eficaz, é preciso visão política — algo que as universidades não ensinam. Isso lembra o livro do jornalista Joelmir Beting, Na Prática a Teoria é Outra (1973), que já denunciava a política brasileira como um campo dominado por teóricos desconectados da realidade. Nada mudou.
Para se tornar um estrategista pleno, é essencial estudar e apreciar a política. Não se trata de algo novo, mas exige vivência, leitura e conhecimentos que não são ensinados nas universidades, com regras que variam conforme a situação.
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