Época de eleições é campo fértil para especulações, tendo como pano de fundo muitas motivações, entre elas os antagônicos medo e exagerados desejos.
A possibilidade da restauração da elegibilidade do ex-governador Arruda (PL) está alimentando conjecturas para sua candidatura ao GDF.
Entre os amigos e dependentes políticos, a especulação surge pela possibilidade do pretendido acesso ao poder. Entre seus adversários políticos, pela esperança de promover um racha na situação, onde se encontra o grupo do ex-governador, e fragiliza-la de tal modo que poderia servir de escada para o início de uma real competição eleitoral.
Alguns cenários têm sido construídos, sendo o mais conservador deles o que considera elevado o risco do lançamento da candidatura do ex-governador Arruda (PL) ao GDF pela consolidada liderança que a provável chapa da situação desfruta atualmente.
A consequência da candidatura poderia desequilibrar a estrutura que vem sendo politicamente costurada e promover indevida e desnecessária competição interna, com reflexos no surgimento e até no crescimento de uma oposição.
Em outro cenário mais ousado, a especulada candidatura do ex-governador Arruda (PL) ganha força política pela frágil dimensão da oposição no Distrito Federal.
Atualmente, entre alguns poucos nomes desconhecidos e/ou sem capital eleitoral, o candidato da oposição ao GDF é o Senador Izalci Lucas (Federação PSDB/Cidadania), que reconhecidamente saiu dos bastidores e lançou-se pré-candidato ao GDF, revelando comprometimento com o DF e com o eleitor brasiliense, porém com baixa intenção de voto nas pesquisas.
Contexto político com existência exclusiva da situação, favorece a estratégia que torna conveniente a divisão da situação e a consequente competição entre si, organizando o eleitorado, sem liberar espaços relevantes para a oposição.
Em outras palavras, a situação tem dimensão suficiente para se dividir, criando ela própria uma conveniente oposição, sem correr risco eleitoral.
Não seria surpresa se o núcleo da campanha de reeleição do atual governador estivesse avaliando e comparando resultados, para o DF e para o seu grupo político, dos impactos provocados pela atual grande dúvida eleitoral do DF: a possível elegibilidade do ex-governador Arruda (PL) e a consequente decisão de se candidatar ou não ao GDF.
Essa análise certamente incorpora também articulações com a Presidência da República para construção da nominata e disponibilidade de palanque para as eleições presidenciais.
Há toda uma conjuntura a ser avaliada, especialmente pela força política que um Presidente da República possui na capital do país.