Grande parte vive no mundo da fantasia
Grande parte dos brasileiros vive no mundo da fantasia. Prova disso é que a maioria dos setores ignora, ou melhor, desconhece o que ocorre no espaço mundial.
Algumas pessoas nunca pararam para dar pelo menos uma olhada no mapa-múndi, depois que saíram da escola.
Há disciplinas nos cursos de graduação, e até de pós, que realizam uma análise superficial no tocante à geopolítica. Quando o fazem, são por vezes orientações parciais. E não existe estratégia.
Ignora-se que o mundo é movido por interesses, os quais são desconsiderados pela academia por serem praticados por selvagens vestidos de terno, longe de conceitos científicos.
Não estamos diminuindo a importância da academia, até porque fazemos parte dela, mas não podemos deixar de lado o fato de que ela tem por princípio atuar dentro da ética absoluta, classificando como práticas nada republicanas o que predomina no ambiente internacional.
Um bom exemplo é o critério de distribuição das vacinas para o coronavírus: o justo era a OMS – Organização Mundial da Saúde ser a responsável e priorizar as nações mais pobres. Porém, não é o que acontece. Os países que as fabricam ou que dispõem de mais recursos têm prioridades. Este é o mundo real.
Se os brasileiros continuarem no mundo da fantasia, essa atitude não impedirá o País de ser uma grande potência, mas não estarão no poder do Estado quando isso acontecer.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia – [email protected] – www.institutolatino.com.br