A atualização dos rebanhos nacionais realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e recentemente divulgada, trouxe o retrato da pecuária brasileira em 2021, identificando a participação dos diversos entes federativos no ranking do poder econômico em que se transformou o agronegócio brasileiro.
Enquanto o rebanho bovino atingiu o recorde de 224 milhões de cabeças, ultrapassando a população brasileira (215 milhões de habitantes), o valor de produção dos principais produtos de origem animal alcançou, em 2021, R$ 91,4 bilhões, 74% dos quais concentrados na produção de 35 bilhões de litros de leite.
Um rebanho desse porte foi capaz de prover, em 2021, oito milhões de toneladas de carne, abastecendo os mercados doméstico e externo, exportando para 132 países.
O rebanho suíno alcançou 42 milhões de cabeças e o de galinhas 255 milhões de cabeças.
Segundo o IBGE, a piscicultura também foi recorde em 2021, com 59 mil toneladas e R$ 4,7 bilhões em valor de produção, com a tilápia representando 39% desse total.
A região Centro-Oeste lidera a concentração de rebanhos bovinos, com 33% de participação, seguida pela região Norte, com 24%.
O rebanho suíno se concentra na região Sul, com 50% de participação, enquanto o rebanho de galinhas tem maior participação da região Sudeste, com 35%.
Analisando o cenário barrense na pecuária, percebe-se uma participação no mínimo ausente em um mercado demandante e, ao mesmo tempo, desabastecido por produção regional, quadro que imediatamente remete a oportunidades.
Na pecuária bovina, o rebanho barrense participa com significativos 11% do rebanho Sul Fluminense, porém baixa representatividade (1,7%) do rebanho estadual.
No setor de suínos, Barra do Piraí participa com relevantes 40% do rebanho Sul Fluminense, porém repete a baixo share (5,6%) no rebanho do Estado.
A mais baixa participação dos rebanhos barrenses está no setor de galinhas, com 4% no rebanho Sul Fluminense e 0,2% no rebanho estadual.
O Estado do Rio de Janeiro é, sem sombra de dúvida, um mercado carente de produção agropecuária que, em tese, refletiria apelo para investimentos.
Há, ainda, perspectiva de ampliação do mercado. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA projeta para 2023 crescimento de 10,9% na agropecuária nacional, sendo 13,4% na produção vegetal e 2,6% na produção animal, com protagonismo para bovinos e suínos.
A relação da condição de pequeno coadjuvante com o tamanho da lacuna na agropecuária regional, oferece ao produtor rural barrense a chance de ocupar esse espaço com positivas perspectivas de expansão econômica.
Considerando a consequente geração de emprego e renda que o alargamento das atividades pecuárias barrenses pode proporcionar, provavelmente haverá interesse do município na formatação de políticas públicas de parceria.