É um paradoxo: estudar leva ao crescimento das pessoas, mas não de todas. O crescimento pode ser um fator limitador de muitos que estudam demais. A tese defendida por um doutor diz que, em alguns casos, isso os coloca dentro de um aquário – passam a acreditar e a agir apenas dentro do seu conhecimento. A estes cabe lembrar o filósofo alemão Immanuel Kant: “O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele”.
Mas podemos também colocar no aquário aqueles que agem sempre como donos da verdade, esquecendo que cada um tem a sua própria, porque a verdade é fruto das experiências de um indivíduo. Chegam ao ponto de não seguir nem mesmo as recomendações do médico, após uma consulta.
Ocorre também nas empresas: gestores que contratam consultoria e não conseguem ver o que é diferente do que sempre fazem – a consequência é não conseguirem o resultado esperado. E passam a não ouvir o som dos mercados. Agindo assim, comprometem os resultados de sua empresa.
Quanto mais informações, menos temos visão do todo. A fragmentação das profissões, as redes sociais nos levam por vezes a acreditar que somos doutores em algumas situações. Entretanto, constatamos nossa insignificância quando fazemos a linha do tempo da humanidade e das nossas vidas e as comparamos com o que existe no universo.
“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.” (José Saramago)
Hélio Mendes – Consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, em Brasília.
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