O Banquete de Injustiças servido em pratos de hipocrisia e talheres de cinismo e covardia.
A cobertura midiática do conflito Israel-Palestina é um banquete de injustiças, servido diariamente nas mesas fartas do Ocidente. Os pratos principais são invariavelmente os mesmos: a vitimização seletiva de Israel, temperada com o molho espesso da demonização árabe.
As lágrimas de um israelita valem mais do que o sangue de centenas de palestinos. O sofrimento de um é tragédia; o do outro, estatística.
A narrativa é construída com esmero, martelada à exaustão: Israel, a democracia sitiada, o oásis de civilização num deserto de barbárie; Palestina, o covil de terroristas, o berço do fanatismo, a escória da humanidade.
E o mundo engole.
A ONU, essa piada burocrática, cospe resoluções que Israel cospe de volta, num ciclo vicioso de impotência e hipocrisia. Os Estados Unidos, o xerife do mundo livre (patrocinado pela indústria bélica e pelo lobby sionista), dão o aval para o massacre, brindam com os algozes, lavam as mãos sujas de sangue palestino.
Em Gaza, a maior prisão a céu aberto do planeta, crianças definham sob o olhar complacente do mundo. Jornalistas e socorristas, escudos humanos da verdade, tombam sob as balas “inteligentes” de Israel, que depois posa de vítima, com a mesma cara de pau de sempre. O genocídio é televisionado em horário nobre, com comentários indignados sobre os “ataques terroristas” que o precederam, como se isso pudesse justificar a carnificina.
A narrativa é tão bem azeitada que até a esquerda pequeno-burguesa, com sua culpa branca e seu verniz de progressismo, engasga na hora de denunciar a atrocidade. Preferem brandir bandeiras arco-íris e lacrar no Twitter, a sujar as mãos com a lama da realidade.
Mas a verdade, essa puta teimosa, insiste em gritar nos escombros de Gaza, nos corpos mutilados das crianças, nos olhos famintos dos sobreviventes. E um dia, quem sabe, a máscara de hipocrisia cairá, e o mundo verá Israel como o que sempre foi: um Estado colonialista, racista e assassino, que se banqueteia com a injustiça e se embriaga com o sangue dos oprimidos.
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