ARTIGO
HÉLIO MENDES
É óbvia, mas nem sempre considerada de forma objetiva, a relação entre o que a empresa é, como faz e como comunica, e as características de seus fundadores e/ou líderes – fato que permeia todos os setores da organização. No curso de gestão da Universidade de Michigan, os principais atributos de um líder têm uma relação direta com os planejamentos estratégicos. Vamos citar os que consideramos serem os mais importantes.
“A primeira e mais importante lição, é o líder criar e comunicar uma visão que forneça à sua equipe um senso que compartilhe orientação e significado”. Tal recomendação é direcionada ao líder, mas é também o primeiro ato ao se planejar, ou seja, constatar onde a empresa está e definir onde ela quer estar no futuro.
“Outro, é ser capaz de mostrar consideração em relação a cada membro da equipe”, atitude pela qual o líder pode motivar cada componente de seu time, por entender suas necessidades e seus valores. É o que chamamos, no planejamento, de princípios e valores ou comportamento necessário para a empresa obter resultados a fim de ser competitiva.
O terceiro atributo preconizado pelo curso é que a “habilidade de um líder de criar e comunicar uma perspectiva é mais importante em tempos de incerteza. A liderança visionária é o mais importante nesses tempos de mudança”. É o que permite criar objetivos para a empresa, para setores, tanto para as pessoas como para a equipe.
“A sua visão articulando não só o que você diz, mas como você diz isso”. Algumas pessoas gostam de se referir a esse aspecto como “substância versus estilo”. Um velho ditado fala que não tem importância a mensagem, nem o que você diz, é tudo sobre o estilo. É tudo sobre a maneira como você diz. “Sendo sincero e honesto, isso não faz sentido. Ambos são extremamente importantes”.
Ser líder é fácil quando se toma a decisão de querer sê-lo. Torna-se difícil quando não se quer abrir mão de certos valores, determinados por um mundo em que o individualismo e metodologias cartesianas ainda predominam – algo que percebemos estar mudando na geração dos Millennials, na qual o EU tem perdido espaço para o NÓS: “Nós somos a empresa”.
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia