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O navio Brasil não está afundando, mas mudando de rumo.

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Multidões estão nas portas dos quartéis. Pessoas de todas as idades, vestidas de amarelo e com a bandeira nacional na mão, postando-se ali 24 horas, debaixo de sol ou de chuva, cantando o hino nacional ou orando.
Uma cena que jamais será esquecida – apesar de a mídia tradicional não mostrar o movimento.

Todos, a todo o tempo, gritando S.O.S. Os mais jovens talvez não saibam o seu significado: quando um navio estava afundando, a mensagem enviada pelo rádio era “S.O.S.”, abreviação da expressão inglesa utilizada internacionalmente, “Save our ship”, ou seja, “Salvem nosso navio”.

Mas o Brasil não está afundando, e sim mudando de rumo. O povo está assumindo o leme.

Como otimista, vejo com bons olhos esses acontecimentos. Estamos revendo nosso modelo político e caminhando para uma reforma de Estado. Nas portas dos quartéis o recado é direto. “Não estamos satisfeitos!”. E solicitam, como cidadãos, não socorro, mas que a única instituição ainda com credibilidade cumpra o seu papel, o de devolver a ordem e o progresso ao País – palavras cravadas na nossa bandeira.

A classe política criou um sistema para se perpetuar no poder e antes de cada eleição o aperfeiçoa ainda mais, com cláusulas casuísticas vergonhosas; utilizando emendas, fundo partidário e legendas de aluguel para chegar a seus objetivos.

Além disso, algumas instituições estabeleceram um corporativismo deplorável, o mais evidente é o Supremo Federal. Tudo isso é o que está levando o povo às ruas, essa eleição é apenas a gota d’água que faltava para encher o copo da indignação.

Não sabemos como terminará esta movimentação, porque não se trata apenas do resultado da eleição, mas da insatisfação geral relacionada ao modelo político.

A população está deixando claro que não se sente representada pela atual estrutura da máquina pública, a qual custa caro e não dá o retorno necessário.

Acreditamos que pagaremos caro pelo que está acontecendo, porém, será insignificante perto do que seria se continuássemos na direção para onde estávamos indo, ou seja, ficando calados perante as mazelas que aceitamos até agora, da classe política e das propostas do presidente escolhido em uma eleição cheia de dúvidas.

Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected]www.institutolatino.com.br


 

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