Criar e manter uma empresa em épocas passadas, quando a demanda era igual à oferta, a concorrência era baixa, o foco estava apenas no mercado interno e tínhamos uma economia fechada com governos controladores, bastava gerenciar a produção. Esse mundo dos negócios não existe mais.
Praticado ainda por governos que, ao aumentarem as despesas, recorrem à caneta para elevar taxas e impostos, esse modelo não tem mais sustentação. Por falta de competência e, em alguns casos, de vontade política, não fazem uma gestão eficiente.
A dinâmica empresarial tem mudado em uma velocidade que a maioria das organizações não tem conseguido acompanhar. Não estamos mais vivendo uma nova era a cada década, mas sim um novo mundo.
Os planejamentos estratégicos, que antes consideravam apenas as mudanças do setor e tinham como referência o cenário nacional, já não permitem mais definir metas realistas como antes. Em razão da globalização e das novas tecnologias, a maioria das empresas não possui uma estratégia de longo prazo.
A aposta está nas organizações formarem equipes com visão sistêmica para compreender o que acontece no mundo, e não apenas em seu setor. No entanto, esse é um grande desafio no Brasil, onde o nível de leitura é baixo e a economia é sustentada por produtos de baixo valor agregado, o que não estimula as pessoas a desenvolverem uma visão global. O cenário tem melhorado, mas ainda não o suficiente para que o país deixe de ser periférico.
A mudança acontecerá nos próximos anos em razão dos recursos naturais que possuímos, mas não será controlada pelos brasileiros. Esse processo já está em andamento há alguns anos e tem se acelerado exponencialmente na última década. Vale lembrar que, para controlar um país, basta controlar sua economia. Para evitar que isso ocorra em uma amplitude indesejável, é fundamental fortalecer as instituições nacionais.
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