OS ESQUECIDOS DO CHÃO DE FÁBRICA E ARMAZÉNS NA ERA DA IA
A maioria das organizações ainda não valoriza amplamente o maior grupo de funcionários de suas empresas: aqueles que estão na base da pirâmide organizacional. São os trabalhadores que carregam mercadorias, motoristas, ajudantes gerais, porteiros, seguranças e profissionais da limpeza. Estes correspondem normalmente a 85% do quadro de funcionários de médias e grandes empresas.
A maioria dos gestores estudou a teoria geral da administração e sabe que o modelo das empresas teve como referência a estrutura militar e a igreja católica, uma pirâmide ou organograma dividida em três níveis: os que pensam, os que coordenam e os que executam. Estes últimos, considerados por muitos como “peões”, constituem a maioria.
Precisamos compreender que a tecnologia e a visão de mundo mudaram e continuarão a mudar. Não podemos mais considerar essa divisão de maneira rígida; é necessário mudar não apenas os organogramas, mas também a mentalidade, se desejamos uma empresa exponencial que se corrija e se adapte em tempo real.
Muitas organizações estão morrendo de dentro para fora porque os funcionários que não fazem parte integralmente do sistema não conseguem colaborar nem serem produtivos. Eles acabam trabalhando contra o sistema, não por maldade, mas por se sentirem excluídos.
Concluindo, em uma empresa, 1% das pessoas estão na cúpula, cuidando da estratégia (os que pensam); 10% estão na coordenação; e 89% estão no operacional. Este modelo predomina. Se os responsáveis não considerarem que hoje todos têm acesso à informação na palma da mão, que vivemos uma nova era da administração e das tecnologias, onde os robôs já fazem parte do operacional e a inteligência artificial está mudando rapidamente o que entendemos como organização, estarão fadados ao insucesso.