ARTIGO
HÉLIO MENDES
Temos motivos para crer que as organizações pioneiras, inovadoras, vivem um paradoxo: praticam o que chamamos de cabo de guerra, com os executivos da parte estratégica de um lado da corda e, do outro, os da gerencial, ou seja, a parte tática e operacional.
Nesse ambiente, quando a parte estratégica vence, a corporação avança; quando empatam, fica estagnada; e quando perde, a empresa pode até sair do mercado.
O que nos preocupa é que as empresas, em sua maioria, por serem apenas seguidoras, não compreendem essa luta das pioneiras. São refratárias do processo e, dentro da dinâmica do mercado atual, aumentam o risco dos seus próprios negócios. São conduzidas dentro da cultura cartesiana, em que os processos determinam as decisões e a necessidade de terem certificações predomina sobre a estratégia da equipe gerencial, atrasando o processo decisório.
O que acreditamos ser o mais grave é que as ferramentas de gestão existentes foram criadas para atender a um ambiente de baixa ou média incerteza e complexidade. E quanto maior a organização, maior é o risco, porque o mercado exige, na maior parte das vezes, mudanças em tempo real. Neste ponto as pequenas e médias empresas podem levar vantagens.
Nesse contexto as ferramentas de gestão utilizadas até agora, como Matriz SWOT e outras, perdem parte da sua eficácia se não forem interpretadas considerando o que alguns já consideram um novo momento civilizatório, regido por um conhecimento transdisciplinar.
É necessário mudar o modelo mental das organizações para não continuar com esse paradoxo corporativo.
Hélio Mendes – Professor e Consultor de Planejamento Estratégico e Gestão Quântica nas áreas privada e pública – www.institutolatino.com.br