OPINIÃO

O que está acontecendo com o Brasil? Essa é a pergunta que grande parte dos brasileiros se faz, tentando entender o clima hostil instalado entre os três poderes da República.

Parece haver intensa disputa por poder.

Não resta a menor dúvida de que o Brasil mudou e novos conceitos de relações políticas, de nível de exigência e de comunicação se instalaram, provocando desequilíbrio nos modelos de convivência até então estabelecidos. Os poderes estão dolorosamente se ajustando ao novo contexto.

Não é de hoje, o brasileiro vem em crescente descrédito da velha política e, consequentemente, apoiando enfaticamente convicções do novo modelo político, ancorado na ética. Esse corajoso posicionamento do eleitor causou instabilidade na classe política que, na tentativa de sobrevivência, vem reagindo contra a principal liderança do novo conceito.

Equivocadamente, o establishment culpa a liderança, fingindo não perceber que o líder espelha a vontade do rebanho.

Há, certamente, outros motivos, mas esse já é suficiente para provocar extremo desconforto no velho modelo político ao ameaçá-lo de deslocamento, por ultrapassado.

Por outro lado, a impunidade que há muito impera no país levou o brasileiro a se tornar mais exigente e não tolerar decisões judiciais lenientes com a criminalidade. O cidadão se cansou de assistir o erário ser subtraído, sem qualquer garantia de punição e de recuperação do valor desviado.

O Brasil se tornou o paraíso de criminalidade.

A concepção popular de um judiciário ineficiente construído sobre anos conhecidos pelo lema “a polícia prende e o judiciário solta” incomoda todos e principalmente o judiciário, desacostumado a prestar contas à sociedade.

O Brasil mudou e vive, então, em fase de acomodação aos novos conceitos, com todos os incômodos que a adequação provoca.

Resultado da eleição presidencial de 2018, a inovação conceitual, instituída em um dos poderes da República, vem produzindo fundamentais e fecundos reflexos em toda a sociedade.

O incondicional e generalizado apoio da população sugere irreversível processo de construção de um novo país.