POSSÍVEIS NOVAS PRIORIDADES PARA BARRA DO PIRAÍ
Barra do Piraí iniciará 2025 sob nova direção. A caótica situação econômica reserva um gigantesco desafio para a nova administração.
Convém considerar, inicialmente, que a dinâmica política que tem administrado o município nas últimas décadas privilegiou resultados limitados aos quatro anos da legislatura, visando exclusivamente práticas eleitorais (reeleição ou eleição de preposto). Medidas de longo prazo, normalmente necessárias ao crescimento econômico, têm sido naturalmente descartadas, levando o município ao assistencialismo e ao autoflagelo, razões suficientes para a marginalização regional de Barra do Piraí.
Enfrentando amplo espectro de dificuldades, a maioria delas intransponível no curto prazo da legislatura, a nova direção municipal não escapará de seletivas e, às vezes, dolorosas priorizações.
O cenário municipal, danificado por problemas de competitividade, de dependência fiscal e de empobrecimento, sugere foco do município no ensino e no crescimento econômico, com ênfase na geração de emprego.
O desempenho do ensino público barrense por si só evidencia a necessidade de uma radical reorientação. Há tempos o ensino público barrense tem sido inexplicável e sistematicamente reprovado na avaliação de desempenho que utiliza o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, instrumento de aferição da qualidade do ensino municipal. Em uma escala de 0 a 10, como é o IDEB, o ensino público barrense, seja para ensino fundamental ou ensino médio, tem alcançado notas na faixa 3,5 a 5,5, padrão insuficiente para aprovação em qualquer estabelecimento de ensino e negando ao jovem barrense a base necessária para o competitivo acesso ao mercado de trabalho. Considerando que notas de avaliação representam sucesso a partir do nível 7, o desempenho do ensino público barrense, muito aquém do aceitável, impõe profunda revisão conceitual. A não ser que o barrense esteja satisfeito com a atual performance.
Já o desemprego em Barra do Piraí não tem deixado alternativa para o jovem barrense a não ser migração na busca de oportunidades. O contingente de desempregados, beneficiário do Programa Bolsa Família, alcança cerca de 22 mil pessoas ou 24% da população barrense. Portanto, no mínimo um quarto dos barrenses estão desempregados, quadro crítico a exigir análise e correção.
Consequentemente, uma possível escolha pela prosperidade sugere, inicialmente, estímulo ao empregador, responsável pelo resultado econômico e pela geração de empregos no município, e à produção do agro, que possui a vantagem da independência nas medidas de fomento. Desencadear o progresso do agronegócio local independe de programas do estado, independe de apoio federal e independe de emendas parlamentares. Bastam vontade política, capacidade de organização e financiamento estruturado na redução das despesas municipais.
Por último, mas não menos importante, eficiente gestão fiscal será capaz de estimular o necessário reequilíbrio das contas públicas.
Sejam essas ou outras as alternativas escolhidas, o que importa é oferecer as oportunidades para que o município volte a ter futuro.
Finalizando, sem dúvida a opção pelo desenvolvimento de Barra do Piraí será decisão ousada e extremamente desafiadora.
A não ser, obviamente, que o barrense esteja satisfeito com o desempenho do município.