Os programas de qualidade que ganharam destaque na década de 1980 com os japoneses; a ISO, com os europeus; e, em seguida, a “indústria de certificações”, podem em determinados contextos ser grandes ameaças, em razão das incertezas crescentes causadas pelos novos recursos tecnológicos.
Esses programas têm evoluído, sim, mas em alguns casos, dentro da mesma cultura organizacional, principalmente nas empresas que trabalham com commodities e nas que mantêm um modelo de gestão conservador, com baixa capacidade de inovação.
Outro fator que converge para a mesma situação cultural são as organizações que confundem eficiência operacional com a estratégia competitiva, focando no produto e não no cliente.
Manter o foco em programas de qualidade, certificações e a ideia de que eficiência operacional é estratégia, é comprometer o futuro da empresa. Porque tais atitudes levam o corpo gerencial a olhar mais para dentro, a preocupar-se somente com o próprio umbigo.
Em um cenário de hipercompetição, com surgimento de novas tecnologias, no qual as empresas da época das certificações e da qualidade não são mais as que apresentam maior rentabilidade, tornam-se necessário não apenas repensar esses fatores, mas ter equipes que se permitem cometer erros, buscando acertar, e rompem processos – quesitos essenciais para competir no quadro atual.
Não adianta jogar bem e não ganhar o campeonato.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] – www.institutolatino.com.br
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