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RECUPERAÇÃO À VISTA PARA O COURO BRASILEIRO

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As exportações brasileiras vêm apresentando resultados cada vez mais positivos tendo, nos primeiros sete meses de 2021, ultrapassado os US$ 161 bilhões, 34% acima do valor alcançado no mesmo período de 2020.

Esse desempenho está intimamente conectado ao agronegócio, cuja participação superou os 45%.

Em 2020 e 2021, as importações da China ultrapassaram as dos EUA, União Europeia e Mercosul, juntas.

A boa performance reflete progressivo aumento na demanda e baixos estoques que, juntos, estão promovendo a recuperação dos preços médios das commodities agrícolas, que haviam despencado há alguns anos.

A evolução atual é significativa, porém os preços médios ainda estão abaixo das máximas históricas ocorridas no início da década passada.

A recuperação também sinaliza para a indústria brasileira de couro. Para quem já exportou US$ 1,7 bilhão, nos primeiros sete meses do ano de 2014, e exportou, em 2020, na faixa de US$ 500 milhões, alcançar US$ 800 milhões, em 2021, representa relevante recuperação de 60%.

A recuperação da demanda pelo couro brasileiro ainda é incipiente (15% na área exportada), porém o preço médio do couro (aumento de 33%) apresenta crescimento mais importante.

A China continua sendo o principal destino do couro brasileiro, tendo aumentado sua demanda, de 2020 para 2021, em 68%. Suas compras se assemelham, em valor, a Itália, EUA e Vietnã juntos. A China, ainda, supera a União Europeia em 50%, na importação de couro brasileiro.

Esses resultados sugerem regeneração da indústria brasileira de couro e, inegavelmente, repercutem no cotidiano da sociedade com intensa contratação de mão-de-obra, investimentos em tecnologia e bens de capital, capacitação de capital humano, etc.

Abundância de matéria-prima, unida a fortes investimentos governamentais na infraestrutura passam a oferecer competitividade ao setor.

Em adição, o custo da mão-de-obra chinesa cresceu e o trabalhador brasileiro começa a ficar competitivo, alimentando o círculo virtuoso e esparramando esperança pelos municípios que abrigam processamento de couro.

Boas expectativas que podem ser potencializadas pela consideração de organizações exponenciais na revisão do modelo de negócio.

O melhor ainda está por vir.

 

Luiz Bittencourt } Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais; E-mail: [email protected]

Hélio Mendes } Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. E-mail: [email protected] – www.institutolatino.com.br 

www.revistadiaria.com.br [email protected]

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