Partindo das premissas que estados e países evoluem a partir dos municípios e que desenvolvimento econômico e social é viabilizado pela implementação de projetos ancorados nas vocações locais, o acompanhamento dos resultados municipais fornece aos gestores as informações necessárias para a consecução do planejamento.
Uma interessante avaliação independente foi disponibilizada, no final de junho passado, pela Revista Isto É que, em parceria com a empresa Austin Rating, elaborou e divulgou o Ranking das melhores cidades brasileiras.
O Ranking considerou separadamente municípios de pequeno, médio e grande porte e foi estruturado na entrega municipal de alguns pilares fundamentais como gestão fiscal, PIB, produção, ensino, conectividade, industrialização, inclusão social, integração, qualidade de vida e alguns outros.
Salta aos olhos, na avaliação inicial do Ranking, o total domínio dos municípios das regiões Sul, Sudeste e, em menor escala, Centro-Oeste, ocupando as melhores posições.
Examinando as 50 melhores cidades de médio porte, a metade do ranking é composta por municípios da região Sul e a outra metade por municípios da região Sudeste.
No levantamento para as cidades de pequeno porte, a região Sul predomina ocupando 74% do total dos municípios.
Na região Sudeste, os municípios paulistas e mineiros dominam as melhores posições, deixando espaço para 1 município fluminense entre as 50 melhores cidades de médio porte e nenhum espaço entre as cidades de pequeno porte.
Chama a atenção, nos resultados das cidades líderes, o comprometimento municipal com autonomia financeira, avaliação de resultados no ensino, investimentos em produção e melhores práticas na gestão fiscal.
A escolha por esse conjunto de fatores, mostra o ranking, culmina com crescimento econômico e as consequentes geração de emprego e renda, redução das desigualdades e melhoria na qualidade de vida.
Comparando o Ranking das Melhores Cidades com o Ranking de Competitividade dos Municípios, elaborado pelo Centro de Liderança Pública – CLP, os desempenhos são confirmados e as lideranças se repetem.
Conclui-se que há relação de causa e efeito entre competitividade e qualidade de vida, identificadas por instituições distintas, e que, por outro lado, há modelos administrativos de excelência que, selecionados pelas líderes, foram capazes de entregar cidades mais humanas, mais eficientes e mais competitivas.
Considerando, então, a significativa defasagem nos resultados entre cidades das diversas regiões do país, constatada pelos dois levantamentos, sobressaem duas perguntas básicas de interesse dos gestores municipais fluminenses:
Que componentes de gestão estão proporcionando tão melhores performances aos municípios da região Sul do país?
O que os municípios da região Sul do país fazem, que os municípios fluminenses deveriam fazer?
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP. Consultor em Relações Institucionais e Comércio Exterior.