“A vantagem competitiva das nações” – título do livro publicado em 1990 pelo professor Michael Porter, que o consagrou como principal autoridade mundial no tema.
Porter já afirmava em ‘90 que “o desempenho econômico, mais do que o poderio militar, seria o índice de força nacional”, algo que se evidencia continuamente. Seus modelos utilizados para analisar empresas e nações ainda são úteis quando se trata de avaliar indústrias e países e criar estratégias globais.
Mas o que mudou daquele período até hoje? Se tomarmos como marco histórico o fim da Guerra Fria, a queda do muro de Berlim em 1989, com o espaço mundial influenciado pela disputa econômica e ideológica entre duas nações (de um lado a União Soviética e, do outro, os Estados Unidos da América), muitos elementos mudaram.
Temos atualmente vários polos de influência, e não apenas dois. Além dos polos, vemos novos atores, como as grandes empresas, as ONGs, as igrejas, a mídia, o movimento globalista e o crime organizado. E a China não tinha o poderio de hoje.
Não podemos apenas utilizar o modelo de Porter, no qual o fator de crescimento dependia das indústrias instaladas em cada país, considerando apenas As Cinco Forças e que o conjunto o contexto indústria determinava a vantagem competitiva de uma nação.
Há exemplos recentes: as guerras, que eram apenas regionais, passaram a influenciar o sistema internacional, como o caso de Rússia e Ucrânia. Clima, decrescimento da população em vários países, migrações e temas transversais como direitos humanos, meio ambiente, têm também influenciado as decisões dos governos e a competitividade entre as nações.
É necessário, no caso nacional, que setores produtivos e governos criem um ambiente interno capaz de suportar uma estratégia mundial, algo de que ainda não dispomos. Ter uma estratégia competitiva global hoje é questão de sobrevivência de uma empresa e garantia de soberania do nosso País.