ARTIGO

HÉLIO MENDES

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Visão empresarial curta. É o que mais encontramos nas organizações em todos os setores, ou até em países. Não é falta de inteligência, é o estágio em que se encontram. Isso gera perda de oportunidades para nações e corporações.

Tal fenômeno pode surgir quando o proprietário ou sua equipe está há muito tempo na atividade e passa a não notar a mudança no ambiente maior. A convivência diuturna no seu setor leva-o a não valorizar o planejamento de longo prazo, a não perceber as grandes mudanças, ou não acreditar que certas ameaças ou oportunidades existam ou estejam ao seu alcance.

A empresa se torna refém da sua própria cultura, de suas práticas de sucesso, como se estivesse dentro de um freezer, congelada, conservada, como se fosse um produto. Mas, agindo assim, tem tempo de vencimento, como a maioria dos produtos – fato perceptível às vezes por pessoas que atuam fora do setor.

Com o desenvolvimento agressivo das tecnologias, produtos e serviços têm diminuído seu ciclo de vida. Acontece também com quem os produz. Podemos chamar isso de miopia empresarial ou “vista curta”.

Há como evitar essa entropia positiva, ou seja, essa autodestruição. É difícil, mas é possível: trazendo pessoas novas para dentro da organização, sejam executivos ou consultores, que durante um bom tempo serão considerados “corpos estranhos”; fazendo fusão com empresas que já conseguiram sair do círculo vicioso do freezer… porém, nessas duas opções é necessário haver renúncia do poder, do orgulho, e aceitação de que alguém que chega é capaz de fazer diferente ou melhor.

As principais mudanças vêm de fora.

Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela Universidade de Michigan e de Gestão Estratégica pela Universidade de Copenhagen. www.institutolatino.com.br – [email protected]