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Vivemos hoje no Brasil uma guerra híbrida.

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As guerras tradicionais vêm há algum tempo sendo substituídas pelas híbridas, uma nova estratégia da geopolítica, combinação entre a revolução colorida e a guerra não convencional.

A primeira dá ênfase em atividades psicológicas, utilizando as novas tecnologias, dirigidas a um segmento-alvo ou a toda a população; e a outra, em fomentar conflitos entre grupos. Ambas com o mesmo objetivo: ter o poder.

No caso brasileiro há dois grupos em guerra: o da direita, formado pelos conservadores, cujo entendimento versa que Luiz Inácio da Silva não seria opção, em razão de seu passado, e que a eleição não ocorreu de forma limpa. Defendem o sistema liberal de governar, não querem que ele tome posse.

O segundo grupo, da esquerda, não aceita o perfil do presidente Jair Messias Bolsonaro e a forma atual de governo, defendendo tanto o fato de a eleição ter sido transparente, como a implantação de um regime socialista no País.

Até o momento prevaleceu o primeiro pilar, o da guerra colorida, na qual a utilização de mensagens nas mídias e influências consideradas indevidas aconteceu.

Entretanto, os recentes acontecimentos podem levar ao segundo pilar, a guerra não convencional, em que grupos partem para o confronto. Mas há uma terceira possibilidade: a intervenção das Forças Armadas, agindo como força pacificadora.

O que mais nos preocupa é que a guerra híbrida é um caos planejado e administrado pelas lideranças, e o grande estrago no momento é o enfraquecimento da coesão interna, comprometendo a segurança e o desenvolvimento do Brasil. Aí, todos perdem. É invisível, mas existe interesse de outros países.

Ficamos tristes pela ausência dos nossos representantes no conflito, entretanto, é perceptível a participação deles na discussão sobre furar o teto no orçamento, pois parte será destinada a suas emendas – que são legais, mas imorais.

Outra preocupação: o novo governo tem acenado com o aumento de gastos e de impostos e o loteamento da máquina pública, fator gerador de corrupção no período em que esteve no comando.

A questão ideológica, além de não ser pragmática, não faz parte dos valores dos brasileiros.

Temos como elemento positivo a população estar se manifestando e cobrando dos seus representantes, algo que não era usual.

Indiferentemente de o que venha a acontecer, os brasileiros não serão mais um povo alienado como eram até agora. Cair não é problema, se você consegue em seguida se levantar – e os brasileiros estão de pé.

Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected]www.institutolatino.com.br

 

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