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BANCOS NÃO DEMONSTRAM SENSIBILIDADE COM O MOMENTO

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DIRETO DE BRASÍLIA

ARTIGO com Ellen Barbosa

Ellen Barbosa

O título dessa matéria são palavras de um pequeno produtor rural e simultaneamente empresário de pequeno porte da cidade de Brasília-DF, que tem enfrentado nas últimas semanas a saga de conseguir empréstimo para manter seus negócios.


Segundo a opinião do produtor e empreendedor Eber Diniz Alves de Lima, as instituições financeiras não estão sensíveis ao cenário porque passa a nação, demostrando pouco ou nenhum senso de comprometimento e responsabilidade coletiva.


“Nos últimos dias temos nos deparado com uma profusão de medidas e propagandas que dão conta do enfrentamento à pandemia, será mesmo?” indaga o produtor.


Ele relata que recentemente procurou o BRB, com vistas ao acesso a créditos emergenciais destinados aos pequenos produtores, que visam mitigar os efeitos da crise, ocasião em que se deparou não com uma linha emergencial, mas, com as linhas secularmente utilizadas pela política de crédito agrícola, que demandam a existência de projetos, estudo de viabilidade econômica, garantia real, exigências que arrastam a tomada de crédito por longos três a quatro meses.


São essas linhas emergenciais que noticiou o chefe máximo do executivo local?” Mais uma vez indaga o produtor e empresário.


Segundo ele há dois fatores explícitos na situação: a falácia da existência de linhas de créditos emergenciais e a falta de comprometimento das instituições financeiras, sobretudo, as ditas oficiais.


Ainda nas palavras do produtor e empresário o Governo Federal disponibilizou, através do BNDES, recursos para serem operacionalizados com estes fins, pelos agentes financeiros credenciados (BRB, CEF, dentre outros), inclusive, com linhas especificas para a contratação, também, de garantias, já que é este um dos principais entraves para contratação de empréstimo.


O que na verdade ocorre é que os bancos recebem dinheiro barato, negam ou exigem garantias que não deveriam, já que receberam recursos para viabilizar a operação do tomador do empréstimo, e assim com os recursos sobrando em caixa, especulam e melhoram seu exercício social com dinheiro que afinal tem origem nos impostos que todos nós pagamos.” Mais uma vez assevera Eber Diniz.

Dada sua dupla atividade econômica que exerce enquanto produtor e empreendedor, o mesmo afirma que o fato se reproduz na seara das empresas.


“Se não bastasse o aporte do BNDES, some-se a isso a iniciativa do SEBRAE, que está disponibilizando o FAMPE (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas), justamente para que os bancos não corram riscos na liberação do crédito. Mas nem assim os empresários têm conseguido recursos para as pequenas empresas, principalmente.”

Cita o empresário a experiência que tem passado no BRB, desta feita na intenção de crédito para seu pequeno mercado, cuja uma das exigências iniciais é a abertura de conta e apresentação de documentos contábeis e fiscais como de costume. Porém, segundo ele, já são mais de três semanas sem que nem mesmo a própria conta tenha sido aberta.


Na opinião do empresário “fica patente, seja no caso do campo ou das empresas, que os bancos estão interessados, apenas, em aumentar sua carteira de clientes e otimizar seus lucros”.

No entanto, para superar a pandemia que assola nosso país é preciso muito mais que isolamento social, é necessário sensibilidade e responsabilidade coletiva. É isso que também esperamos dos Bancos“.



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