Nasceu respirando o ar pesado da miséria. Na sua tenra idade, seu pai abandonou a família. Sua pobre mãe com 7 filhos teve que ir para a Tierra del Fuego no sul da Argentina. Sua infância foi dura e desprotegida. Se chamava Rodolfo Henrique Cabral.
Aos 9 anos criou coragem e fugiu de casa com um plano audacioso para vencer a miséria. Foi encontrar o Presidente Juan Domingo Perón para lhe pedir um emprego para si próprio e para sua pobre mãe.
Dormiu e sonhou nas ruas de Buenos Aires e chegou à Casa Rosada. Conseguiu ser ouvido pelo Presidente e sua coragem inusitada resultou em emprego para sua mãe e para seu irmão mais velho.
Tinha quatorze anos e já era alcoolatra e não tinha estudo. Vivendo na marginalidade foi levado para um reformatório. Sob a proteção dos jesuítas aprendeu a ler e escrever. Passou a conhecer a literatura mundial, a filosofia e a religião.
Saiu do reformatório iniciando sua carreira artística, tocando violão e cantando músicas folclórica. Sua dura realidade ele transformou em inspiração compondo. Trocou seu nome artístico de El Indio Gasparino por Facundo Cabral. Visto como um cantor de protesto se exilou no México durante a ditadura argentina.
Em 1984 já era um compositor e cantor consagrado. Pacifista e livre pensador, pregava a tolerância social. Em 2006, foi nomeado Mensageiro Mundial da Paz pela UNESCO. Em 2008 foi indicado ao Nobel da Paz. Sua composicão composta em 1970, “NO SOY DE AQUI, NI SOY DE ALLÁ, o levou a conhecer o mundo e gravar com grandes nomes da música mundial como: Julio Eglesias, Pedro Vargas e Neil Diamond.
Seu lado espiritual teve grande influência de Jesus Cristo, Ghandi e Madre Teresa de Calcutá.
Na literatura gostava de ler o escritor e poeta argentino, Jorge Luis Borges. Tinha um grande senso de humor e usou seu espírito critico para dizer “Não” ao que acontecia no mundo.
Aos 74 anos depois de um show na Guatemala, aceitou uma carona de Henry Fariñas, empresário local. Sofreu um confuso atentado indo para o aeroporto. 25 tiros foram dados por sicários e três tiros o mataram. O atentado teria sido encomendado por desafetos do empresário Henry Fariñas ligados ao narcotráfico.
Sua música, No Soy de aqui, ni soy de allá passou a ser eterna nos corações corajosos que buscam a liberdade.
“Gosto do sol, Alice e das pombas O bom charuto e a guitarra espanhola Saltam muros e abrem as janelas E quando uma mulher chora Gosto tanto de vinho como de flores E de coelhos e de velhos pastores Pão caseiro e a voz de Dolores E o mar molhando meus pés Eu não sou daqui, nem eu sou de lá Não tenho idade, não tenho futuro E ser feliz é a minha cor de identidade Gosto de estar sempre deitado na areia Ou perseguindo Manuela de bicicleta Ou o tempo todo ver as estrelas Com Maria no campo de trigo Eu não sou daqui, nem sou de lá Não tenho idade, nem futuro E ser feliz é a minha cor de identidade”…