OPINIÃO
Percebe-se uma enorme insatisfação popular com a atual administração do DF movida, primordialmente, pelos escândalos de corrupção, com ênfase para os ocorridos nas áreas da saúde e da educação.
As últimas décadas serviram para transformar em rotina os desvios de recursos do contribuinte, mas o brasileiro se mantém inteiramente refratário a atos, ilícitos ou não, que prejudiquem os serviços de saúde e de educação.
Em que pese a decepção ter se alastrado por todo o DF, como uma real epidemia, a classe política, em dessintonia com o brasiliense, finge cegueira e acaba por proteger a ilegalidade. O pleito para instalação de uma CPI na Câmara Legislativa do DF, com objetivo de apurar as falcatruas na área da saúde, motivo de explícito apoio do partido Patriota DF (o único a se manifestar oficialmente), foi enterrado ao perder a assinatura do Deputado Distrital Daniel Donizet (PL).
A estratégia do parlamentar é clara: sepultar a CPI da saúde sob o falso argumento de criar outra CPI para apurar ilegalidades dessa e de outras administrações, iniciando pela gestão petista de Agnelo Queiroz. Ação inegavelmente protelatória, com o único objetivo de desfocar a investigação, proteger o governo e ampliar suas relações com o executivo.
Obviamente o resultado será, como em toda CPI, uma gigantesca pizza sem averiguação ou punição de qualquer espécie.
Parlamentares como esse, carentes de saudáveis intenções e que semanalmente trocam de partido atendendo interesses exclusivamente particulares, merecem ter suas artimanhas constantemente divulgadas.
Ao brasiliense resta a inabalável confiança no Ministério Público e na Polícia Federal.