BRASIL
CORONAVÍRUS
DIÁRIO DO CORONAVÍRUS, QUINTA- FEIRA, 16/04/2020
Decorridos 49 dias oficiais de Covid-19 no Brasil, temos hoje, 16/04/2020, a seguinte fotografia:
INDICADOR | BRASIL | CHINA | EUA | ESPANHA | ITÁLIA | MUNDO |
ÓBITOS | 1.760 | 3.342 | 28.554 | 19.130 | 21.645 | 135.562 |
VARIAÇÃO DIÁRIA % | 13,4% | 0,0% | 9,5% | 2,9% | 2,7% | 6,3% |
TAXA DE LETALIDADE | 7,8 | 2,4 | 85,2 | 382,6 | 360,7 | 17,6 |
Os indicadores relacionados no quadro possuem as seguintes unidades:
Óbitos: Número absoluto
Variação diária: Variação percentual entre o número total de óbitos registrados até ontem e até hoje
Taxa de letalidade: óbito/milhão de habitantes
Hoje, quadragésimo nono dia, a taxa de letalidade do Covid-19, no Brasil, se aproxima de oito óbitos por milhão de habitantes, enquanto no mundo se aproxima de 18 óbitos por milhão de habitantes. Países não apresentaram aceleração no número de óbitos.
O Estado com maior número de óbitos é São Paulo com 778 (44%), seguido do Rio de Janeiro com 265 (15%) e Pernambuco com 143 (8%).
A Revista Diária não avalia o crescimento do número de contaminados simplesmente porque, segundo infectologistas, a quase totalidade da população mundial será contaminada, maior parte dela de forma assintomática. Passa então a importar, para a avaliação das medidas de controle, a ocorrência de óbitos.
A curva de evolução dos óbitos apresentou ontem uma tendência ao tão falado achatamento e continua sua caminhada na redução de suas ocorrências.
EVOLUÇÃO DOS ÓBITOS POR COVID-19 NO BRASIL
O formato da curva estimula o otimismo, revelando enfraquecimento dos efeitos e moderação na atividade letal do Covid-19.
A tendência positiva mostrada pelos gráficos confirma o exagerado uso político da epidemia e sua conveniente concentração no Ministério da Saúde, utilizado sem qualquer cerimônia pelas forças políticas incomodadas pela alteração nas relações com o Executivo e, ao mesmo tempo, interessadas no promissor fortalecimento dos entes federativos e nas próximas eleições municipais.
No Brasil, Covid-19 foi levianamente transformado em instrumento da velha política.
Parece estar nos últimos capítulos a novela estrelada pelo Ministério da Saúde. O enredo, baseado em oportunismo político, afetou a inteligência do controle do vírus e extrapolou os limites do bom senso. Avaliação inapropriada do cenário epidemiológico e suas tendências e a inadequada tentativa de quebra da cadeia de comando do governo aceleraram o fim da narrativa.
A exoneração do Ministro da Saúde passou da hora.
Na economia o problema se agrava. Revista Diária já informou nesse espaço previsões de queda no PIB brasileiro que ultrapassam os 5%. Esse cenário ameaça empresas e até setores, independente do acerto nas medidas que o governo vem implementando.
Presidente do Banco Santander avaliou ontem, em uma live, que economias fortes também sofrerão muito (Espanha e Itália, por exemplo) e que apesar de o poder público e sistema financeiro estarem em sintonia na busca de soluções, diversas empresas deixarão de existir. Duro golpe para um país que regenerava sua economia.
Na realidade em que vivemos, o apoio da União para a recuperação econômica dos estados e municípios ultrapassou todos os limites, culminando agora com projeto de iniciativa do Congresso que representa ilimitada irresponsabilidade ao se constituir em impagável bomba fiscal. Enquanto o Executivo se expõe e compulsoriamente assume a totalidade do suporte financeiro, os outros poderes da República não participam do processo, sequer com redução de despesas.
Criminoso corporativismo.
Por tudo isso, quanto mais rápido o governo retomar as rédeas do combate ao Covid-19, mais ágil o Brasil tranquilizará a população e mais cedo reiniciará a reestruturação da economia.