BRASIL
CORONAVÍRUS
OPINIÃO
DIÁRIO DO CORONA VIRUS EM 09/04/2020
Decorridos 42 dias oficiais de Covid19 no Brasil, temos hoje, 09/04/2020, a seguinte fotografia:
| INDICADOR | BRASIL | CHINA | EUA | ESPANHA | ITÁLIA | MUNDO |
| ÓBITOS | 823 | 3.335 | 14.797 | 15.238 | 17.669 | 89.716 |
| VARIAÇÃO DIÁRIA % | 19,1% | 0,0% | 15,1% | 4,7% | 3,2% | 7,9% |
| TAXA DE LETALIDADE | 3,6 | 2,4 | 44,8 | 304,7 | 294,5 | 11,6 |
Os indicadores relacionados no quadro possuem as seguintes unidades:
Óbitos: Número absoluto
Variação diária: Variação percentual entre o número total de óbitos registrados até ontem e até hoje
Taxa de letalidade: óbito/milhão de habitantes
Hoje, quadragésimo segundo dia, a taxa de letalidade do Covid19, no Brasil, se mantém inexpressiva, não chegando a quatro óbitos por milhão de habitantes, enquanto no mundo não alcança 12 óbitos por milhão de habitantes.
As variações diárias de todos se reduziram, demonstrando desaceleração no número de óbitos.
Ontem, a Organização Mundial do Comércio – OMC publicou uma avaliação do Covid19 sobre a economia global, reconhecendo que há uma nuvem de incertezas ofuscando os cenários tanto de 2020, quanto de 2021.
Economistas da Organização formataram dois cenários, um otimista (recuperação se iniciando no segundo semestre de 2020) e outro pessimista (com queda mais acentuada e recuperação parcial).
Ambos os cenários consideram queda de dois dígitos (entre 13% e 32%) nas exportações e importações de 2020 para todas as regiões. Essas reduções poderão ser recuperadas em 2021, desde que a epidemia seja rapidamente controlada.
Estima-se, também, que cadeias globais de valor terão queda mais acentuada, particularmente produtos eletrônicos e automotivos, enquanto que na área de serviços, setor de viagens será o mais atingido. De qualquer forma, essas expectativas ainda estão sob forte nebulosidade.
Pela baixa intensidade de atuação do vírus no Brasil, o efeito na nossa economia poderia ser muito mais brando, não fossem a intensa propaganda e as exageradas medidas restritivas.
Enquanto isso, no Legislativo, o Plano de Recuperação Econômica, elaborado pelo Poder Executivo para socorrer Estados e Municípios, está na pauta para votação hoje na Câmara dos Deputados. Na votação inicial de ontem, o projeto foi completamente corrompido por emendas que ampliam a abrangência, desvirtuam o objetivo, retiram contrapartidas e elevam, em muito, o valor do apoio. O Plano, agora do Legislativo, permite ainda ampla dispensa de licitação, suspensão de pagamentos e acesso de Estados e Municípios a empréstimos, com garantia da União, fornecendo perigoso cheque em branco.
Não faz qualquer sentido repassar para a União, irresponsabilidades e más gestões estaduais e municipais. Para complicar, todo esse arsenal ficaria disponibilizado em ano eleitoral. Essa desastrosa tentativa do legislativo ultrapassa, até agora, R$ 180 bilhões e, se aprovada, se tornará uma verdadeira bomba fiscal.
Como se isso não bastasse, sentença do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) de ontem derrubou a liminar que bloqueava os recursos dos fundos partidário e eleitoral (total de R$ 2,993 bilhões), destinando-os a investimentos no combate ao Covid19. Quase R$ 3 bilhões de recursos públicos retornam a disposição da classe política. O brasileiro sabe muito bem o que isso representa.
Na arte de promover preocupação à nação, Covid19, Poder Legislativo e Poder Judiciário competem, sem qualquer chance para o virus.
