BRASIL
CORONAVÍRUS
OPINIÃO
DIÁRIO DO CORONAVÍRUS
Decorridos 32 dias oficiais de Covid19 no Brasil, temos hoje, 29/03/2020, a seguinte fotografia:
BRASIL | MUNDO | |
INFECTADOS | 3.784 | 668.361 |
RECUPERADOS | 6 | 142.853 |
ÓBITOS | 114 | 31.045 |
POPULAÇÃO | 225 MILHÕES | 7,7 BILHÕES |
Fonte: covidvisualizer.com
Dos 114 óbitos no Brasil, 84 (73%) ocorreram no estado de São Paulo e 13 (11%) no Rio de Janeiro.
No Brasil, o número de óbitos representa 3,0% dos infectados (taxa de letalidade artificialmente exagerada) e 0,000050% da população.
No mundo, o número de óbitos se mantém ao redor em 4,5% dos infectados (taxa de letalidade também exagerada) e 0,00040% da população. A recuperação no mundo permanece ao redor de 22% dos infectados.
De ontem para hoje houve desaceleração no crescimento do número de infectados no Brasil que caiu para 12%, mesmo resultado (12%) para o número de óbitos.
Na avaliação de ontem feita pelo Ministro da Saúde, quando expôs sua preocupação com a explosão de contaminados, ficou evidente a deficiência no atendimento previsto pela baixa capacitação hospitalar.
Esse é o nó da questão: capacitação hospitalar instalada.
Segundo a Federação Brasileira de Hospitais e a Confederação Nacional de Saúde, na publicação “Cenário dos Hospitais no Brasil”, de 2019, o Brasil possuía (atualmente os números não devem ser muito diferentes) um total de 410.225 leitos em 2.435 hospitais privados e 4.267 hospitais públicos.
Essa estrutura representa uma densidade de 1,95 leitos por 1.000 habitantes, em histórico de redução (em 2010 a densidade era de 2,23 leitos por 1.000 habitantes) e bem abaixo da média mundial de 3,2 leitos por 1.000 habitantes, divulgado pela Organização Mundial de Saúde – OMS.
Conclusão: mesmo sem epidemia, o complexo da saúde do Brasil é reiteradamente insuficiente.
Surpreendido pelo vírus e reconhecidamente o nó da questão, o sistema hospitalar nacional exige, emergencialmente, maciço investimento na construção de leitos e de UTI’s, permanentes e temporários, utilizando os recursos extraordinários disponibilizados pela União, para aproximar a oferta da demanda.
Há informações de que hospitais de campanha em construção, no Rio de Janeiro (Maracanã e Riocentro) e em São Paulo (Pacaembu e Anhembi), elevarão em 40% os leitos de UTI.
Decisão centralizada em alguns municípios, não compartilhada por todo o país, mantém a indesejada insuficiência hospitalar.
Diante do poder de contaminação (não confundir com taxa de letalidade) do vírus e da densidade demográfica dos mencionados municípios, esse dimensionamento decididamente não desata o nó da questão.
A estratégia de promover imediata resposta do atendimento hospitalar à epidemia nos estados e municípios reduziria significativamente a taxa de letalidade, chancelaria o discurso da opção pela vida, elevaria o nível dos debates sobre necessidade e modelo de lockdown, retiraria a ideologia e a demagogia da frente dos holofotes e deixaria um inesperado e bem-vindo legado para as futuras gerações.
Capacitação hospitalar é tema essencial que precisa ser debatido pela mídia.