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DIÁRIO DO CORONAVÍRUS: QUINTA-FEIRA, 21/05

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BRASIL

Decorridos 84 dias oficiais de Covid-19 no Brasil, temos hoje, 21/05/2020, a seguinte fotografia:

INDICADORBRASILCHINAEUAESPANHAITÁLIAMUNDO
ÓBITOS18.8944.63494.94127.88832.330330.003
VARIAÇÃO DIÁRIA %5,1%0,0%1,5%0,4%0,5%1,5%
TAXA DE MORTALIDADE84,03,3283,4557,8538,846,8
Fonte: covidvisualizer.com


Os indicadores relacionados no quadro possuem as seguintes unidades:

Óbitos: Número absoluto

Variação diária: Variação percentual entre o número total de óbitos registrados até ontem e até hoje

Taxa de mortalidade: óbito/milhão de habitantes


Hoje, octogésimo quarto dia, a taxa de mortalidade do Covid-19, no Brasil, alcançou 84 óbitos por milhão de habitantes, enquanto a taxa mundial se aproximou dos 47 óbitos por milhão de habitantes.

Variações diárias no número de óbitos continuam baixas, entre 0% e 2%, sendo que a variação brasileira caiu de 7% para 5%.

Ocorreram, em média, 75 óbitos diários, nos quatro últimos dias.

São Paulo ontem alcançou 5.363 óbitos (28% do Brasil), seguido do Rio de Janeiro com 3.237 (17%), Ceará com 1.900 (10%), Pernambuco com 1.834 (10%), Pará com 1.633 ( 9%) e Amazonas com 1.561 (8%).

Dos 18.894 óbitos registrados no Brasil, os seis estados acima mencionados participam com 15.528 óbitos, representando 82% do total.

Dos 18.894 óbitos, os outros 21 estados, mais o Distrito Federal, participam com 3.366 óbitos.

Das 291.579 pessoas contaminadas no Brasil, 116.683 (40%) foram curadas e 156.037 (53%) estão em acompanhamento, sem risco de morte, consolidando 93% de recuperados no país.

No Brasil, para cada 15 pessoas infectadas, 14 pessoas são curadas ou colocadas fora de perigo. Considerando subdimensionado o número de infectados, a real relação acima é consideravelmente maior.

Se compararmos a atuação do vírus no Brasil com a realizada em alguns países da Europa, constataremos o exagero nas notícias nacionais e nas medidas administrativas de nossos gestores públicos.

COMPARAÇÃO ENTRE BRASIL E GRUPO DE PAÍSES SELECIONADOS

PAÍSPOPULAÇÃO (Milhões)ÓBITOS POR COVID-19
França6628.132
Itália6032.330
Bélgica119.186
Reino Unido6735.704
   
TOTAL204105.352
BRASIL21718.894
Fonte: Countrymeters, Covidvisualizer

Na avaliação doméstica, distintas características ambientais e comportamentais provocam enorme discrepância entre os resultados apresentados pelos Estados brasileiros.

Os mais debilitados, com grande ineficiência no combate ao vírus, apresentam taxa de mortalidade acima de 75 óbitos/milhão de habitantes (média brasileira de 84 óbitos/milhão de habitantes), constituídos por doze Estados da Federação.

TAXA DE MORTALIDADE POR ESTADO I – EM 20/05/2020

Fonte: Ministério da Saúde, IBGE, arte Revista Diária

Não há dúvida de que os modelos de enfrentamento utilizados nesses Estados precisam ser revistos.

Em compensação, quatorze Estados, mais o Distrito Federal, apresentam taxa de mortalidade abaixo de 75 óbitos/milhão de habitantes, revelando seguro controle do surto.

TAXA DE MORTALIDADE POR ESTADO II – EM 20/05/2020

Fonte: Ministério da Saúde, IBGE, arte Revista Diária

Regiões Sul e Centro-Oeste, acompanhadas por Minas Gerais, revelam-se exemplares. Nessas, não há justificativa para a manutenção de exageradas medidas restritivas.

Notificações e isolamento não têm sido bem avaliados em países que desenvolvem sérios estudos sobre modelos de combate ao virus.

Segundo modelo matemático desenvolvido pela London School of Hygiene and Tropical Medicine, com o objetivo de dimensionar subnotificações e divulgado pelo El País, de 20 casos ocorridos no Brasil somente um é notificado.

Ponderando taxa de mortalidade real, idade média de infectados e capacitação hospitalar o modelo estima o atual número médio de referência para o Brasil em 3,7 milhões de contaminados. Nesse patamar, a taxa de letalidade do vírus brasileiro despenca para 0,5%.

Em outro estudo, Instituto Méditerranée Infection da Espanha concluiu, após levantamento com mais de 60 mil pessoas, que o confinamento na Espanha não foi eficaz. Pessoas que não estavam confinadas eram menos infectadas do que as que estavam confinadas. Nova Iorque já havia identificado comportamento semelhante.

Na mesma direção, infectologistas e patologistas alemães, em entrevista ao jornal Bild, declararam que o lockdown aplicado na Alemanha foi um grande erro. Reconhecem o Covid-19 como uma doença viral como qualquer outra e, no caso de óbito, eles não têm dúvida de que na esmagadora maioria dos casos há comorbidade e que certamente é a causa mortis.

Esse conceito aqui aplicado, reduziria em muito a responsabilidade do Covid-19 pelos óbitos brasileiros.

Corroborando essas avaliações, países sem confinamento, como Japão, Coreia do Sul e Suécia obtiveram menor severidade nos efeitos do vírus, questionando a eficácia das medidas restritivas.

Em que pese o Covid-19 ser doença viral como qualquer outra e o equívoco nas escolhas do isolamento, Governo Federal destinou, ontem, mais R$ 10 bilhões em crédito suplementar para o Ministério da Saúde, especificamente destinado a combater o Coronavírus.

A expectativa do brasileiro é que Estados e Municípios sejam capazes de transformar todo o apoio financeiro fornecido pela União em estruturado sistema de saúde e invejável capacitação hospitalar.

Por outro lado, consequências das exageradas medidas restritivas não permitem previsões otimistas.

Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria – CNI, a utilização da capacidade instalada industrial atingiu 49% em abril, retrocesso de nove anos, gerando índices de expectativa negativos, com queda, tanto para demanda quanto para investimentos.

Na área do comércio, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio – CNC, a inadimplência das famílias brasileiras ultrapassou, em maio, 10%, maior percentual de toda a série histórica.

Quanto ao Real, apresentou o pior desempenho global do ano, com desvalorização nominal de 29,4% ante o dólar, levando o Credit Suisse a manter sua previsão da paridade do dólar em R$ 6,20, no curto prazo. Em tempos normais, seria excelente estímulo para investimentos em exportação.

Em termos relativos, o cenário sanitário brasileiro é mais confortável do que o de diversos países e essa vantagem comparativa pode contribuir com relevante diferença na retomada das atividades econômicas.

Há grande expectativa em que a reunião de hoje, entre o Presidente da República e os Governadores, se concentre no bom senso e nas experiências bem sucedidas de diversos países, condene a politicagem para as eleições de 2020 e defina ações relevantes para o controle do vírus e para a recuperação da economia.

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