BRASIL
CORONAVÍRUS
OPINIÃO
DIÁRIO DO CORONAVÍRUS EM 10/04/2020
Decorridos 43 dias oficiais de Covid19 no Brasil, temos hoje, 10/04/2020, a seguinte fotografia:
| INDICADOR | BRASIL | CHINA | EUA | ESPANHA | ITÁLIA | MUNDO |
| ÓBITOS | 957 | 3.336 | 16.697 | 15.843 | 18.279 | 97.056 |
| VARIAÇÃO DIÁRIA % | 16,2% | 0,0% | 29,8% | 3,9% | 3,4% | 8,2% |
| TAXA DE LETALIDADE | 4,2 | 2,4 | 50,6 | 316,8 | 304,6 | 12,6 |
Os indicadores relacionados no quadro possuem as seguintes unidades:
Óbitos: Número absoluto
Variação diária: Variação percentual entre o número total de óbitos registrados até ontem e até hoje
Taxa de letalidade: óbito/milhão de habitantes
Hoje, quadragésimo terceiro dia, a taxa de letalidade do Covid19, no Brasil, alcança quatro óbitos por milhão de habitantes, inexpressiva, enquanto no mundo não chega a 13 óbitos por milhão de habitantes.
Segundo informações oficiais, a contaminação avança segundo padrão normal e os óbitos são, em sua grande maioria, de pacientes debilitados por outras graves enfermidades.
As variações diárias continuam em processo de redução, mantendo desejável desaceleração no número de óbitos, exceto EUA que apresentou forte aceleração de ontem para hoje.
Diante desse tranquilizador quadro de tendência a estabilização no Brasil, governos estaduais e municipais começam a editar medidas de flexibilização do isolamento, buscando o desejável equilíbrio entre controle do vírus e saúde da economia. Quanto mais cedo essa harmonia for alcançada, menores os danos que o Covid19 e seu inescrupuloso uso causarão à sociedade.
A indiscriminada utilização da epidemia está ultrapassando todos os limites.
Quarta feira o país ficou estarrecido com a confirmação, pelo Ministro da Saúde, de que sua equipe negociava com narcotraficantes e milicianos para, segundo ele “combater a epidemia de Covid19 nas favelas”. Essa atitude do Ministério da Saúde mancha, de forma indelével, a imagem do governo ao, de forma desautorizada (o que parece ser seu estilo), legitimar espúrias e criminosas lideranças. É indigesta e inaceitável qualquer negociação com bandidos.
O cidadão brasileiro está perplexo.
Aliás, perplexidade é o que mais está acometendo o cidadão nesses tempos de vírus. Alguns Estados estão libertando criminosos condenados, sob a justificativa de reduzir a proliferação do vírus e, ao mesmo tempo, ameaçando cidadãos honestos de prisão se não cumprirem rigorosamente o isolamento social determinado pelo Estado. Intolerável inversão de valores.
Ainda como reflexo do Covid19, agora no parlamento, a Câmara dos Deputados adiou para a próxima semana a votação do seu Plano de socorro aos estados e municípios formatado em cheque em branco, que pode chegar a R$ 180 bilhões, para gestões que têm se mostrado inapetentes. A proposta exacerba a liberalidade, não garante fiscalização, retornará com a onipresente sombra da corrupção e reflete, em toda a sua plenitude, o não representativo sistema político nacional.
O país assiste estupefato.
De todo modo, apesar de todas as tentativas de apropriações do entorno, o caminhar do Covid19 registra moderação, favorecendo a expectativa de mais rápido retorno a normalidade.
