DISTRITO FEDERAL
Idoso no DF tenta se aposentar e descobre que “está morto” há 8 anos
Jorge Teófilo de Oliveira tinha uma certidão de óbito emitida em nome de um homem que havia se passado por ele por anos
Ao Metrópoles, Jorge contou ter descoberto o erro em 2020, ano em que procurou a Defensoria para tentar ajuda a fim de receber a aposentadoria. “Descobri que um religioso da minha cidade natal, no interior de Goiás, ao ajudar um outro morador em situação vulnerável a ter aposentadoria, utilizou os dados da minha certidão de nascimento”, diz.
Após alguns anos, o tal morador faleceu e a certidão de óbito foi emitida com os dados de Jorge. “A Defensoria que me ajudou a entender o que tinha acontecido. Foi quando comecei a correr atrás de consertar o erro”, completa.
Segundo a Defensoria Pública, o religioso da cidade natal de Jorge, na intenção de ajudar o morador que não tinha nenhum documento, utilizou os documentos de Jorge para registrá-lo. A certidão de nascimento e outros documentos de Jorge estavam no interior, pois a mãe dele, ao se mudar para Brasília, não os trouxe.
Na cidade, o homem começou a se passar por Jorge, recebendo aposentadoria em nome dele.
Começou, então, a corrida pela aposentadoria. Agora, ele deve procurar novamente o INSS para dar entrada em um novo processo.
Para o defensor público e chefe do Núcleo de Atendimento de Iniciais de Brasília da DPDF, Márcio Del Fiore, a atuação da entidade foi fundamental para garantir Justiça e proteção ao idoso, pois a emissão da certidão de óbito errônea resultou na perda de seus direitos fundamentais.
“A DPDF não só corrigiu o equívoco que trouxe consequências drásticas para o idoso, mas também reforçou o compromisso do sistema de Justiça com a defesa dos mais vulneráveis, garantindo que todos tenham acesso à assistência legal necessária para viver com dignidade e segurança”, destacou.
Importância da aposentadoria
Jorge mora na Estrutural com um filho de 16 anos. Segundo o idoso, a aposentadoria seria importante para ele conseguir gerir a casa sem fazer trabalhos pesados. Atualmente, ele trabalha como catador para conseguir ter alguma renda.
“Eu não sei nem falar quando vou conseguir resolver essa questão. Eu tenho que receber. [Enquanto isso], estou pegando papelão, lixo, como catador. Mas nessa idade, eu já estou muito cansado”, relata.
Procurado, o INSS não se posicionou sobre o caso. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
Fonte de pesquisa: https://www.metropoles.com/author/samara-schwingel
REPUBLICADO POR: : Aluizio Torrecillas | Revista Diária
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