POLÍTICA & NEGÓCIOS COM LUIZ BITTENCOURT
HEROICO EMPREENDEDORISMO
Encerra-se o ano brasileiro de 2018, com um total de 11 feriados, 51 sábados, 52 domingos, perfazendo 251 dias úteis destinados à produção. Considerando ainda 30 dias de férias anuais para o trabalhador, restaram, dos 365 dias, somente 221 dias trabalhados ou 60% do total. Desconsiderando os 4 jogos da seleção brasileira de futebol, o carnaval e os feriados estaduais e municipais, o Brasil utilizou, em 2018, meros 7,36 meses do ano para produzir.
Essa indolência compromete, em muito, a sobrevivência industrial em ambiente competitivo. Diante da preguiça, da carga tributária, da desnecessária justiça trabalhista e da vigente burocracia, injustas se tornam as críticas ao empresariado brasileiro.
RIO DE JANEIRO REMEDIADO ESTÁ
Assassinato do proprietário dos pedalinhos da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro reforça os holofotes na insegurança pública do Estado. Durante o período da intervenção federal, estatísticas indicam melhores índices de controle da criminalidade, porém com pouca repercussão no cotidiano das pessoas. Continuam os arrastões nas vias, tiroteios nas favelas, desfiles de fuzis e assaltos à luz do dia. Nota-se que a intervenção foi incapaz de controlar o “establishment” e colocar polícia nas ruas, mantendo 50% do contingente da Polícia Militar em funções administrativas. Nova Iorque passou por problema semelhante, ou até pior, e encontrou a solução em modelo determinado, técnico e ousado, com vontade política, mas isento de envolvimento político.
Sem determinação e com perpetuação dos conchavos não há remédio para a segurança do Rio de Janeiro.
PERICULOSIDADE DO PEZÃO
Segundo informações de O Antagonista, Procuradoria Geral da República – PGR solicitou ao Superior Tribunal de Justiça – STJ a manutenção da prisão preventiva do governador Luiz Fernando Pezão para preservar provas e, pasmem, para evitar pagamentos de dívidas públicas em contratos inexistentes. Segundo a PGR, de 2105 a 2018, Pezão descumpriu compulsória ordem cronológica de pagamentos de dívidas públicas beneficiando convênios vinculados a contratos inexistentes. Duas ilegalidades em uma só ação. Não há limites para os políticos da atualidade.
JOÃO DÓRIA e KASSAB
Polícia Federal fez hoje pela manhã buscas no apartamento do Ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, suspeito de receber R$ 58 milhões da JBS, sempre a JBS, em propinas e caixa dois. Mesmo investigado e objeto de busca e apreensão, Gilberto Kassab foi escolhido, com pompa e circunstância, para assumir a chefia da Casa Civil do futuro governador de São Paulo, João Dória. A banalização da roubalheira destruiu de tal forma os valores morais da classe política que ser procurado pela polícia não é mais motivo de vergonha para o homem público.
E, nesse caso, deve tê-lo tornado mais competitivo.
PREVIDÊNCIA X SAÚDE
Estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE constatou que, mesmo tendo menor contingente de idosos comparado aos países da OCDE, as despesas brasileiras com aposentadorias e pensões foram, em média, cinco pontos do PIB acima das médias dos países considerados. O Brasil despende quase 13% do PIB em Previdência, comparável ao dos países nórdicos, que apresentam proporção muito mais elevada de idosos.
Em compensação, com saúde pública as despesas nacionais são menores em um ponto do PIB. Previdência e saúde pública obrigatoriamente são prioridades emergenciais para o novo Brasil.
HERESIA NATALINA
O desrespeito tomou conta das manifestações, mais ideológicas do que artísticas, durante o regime “bolivariano” que consumiu o país. Em que pese a aproximação de um vento moralizador, algumas exposições ainda refletem a falta de comportamento pregressa.
Exemplo vivo é a exposição de 40 Árvores de Natal no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, concebidas por artistas brasilienses. Uma das árvores, de cultura ocultista que não deveria ser caracterizada como de Natal, criada por Felipe Sobreiro, expõe a imagem do diabo sequestrando a alma de duas crianças durante a lua de sangue.
Insensibilidade é o mínimo que pode definir a equivocada escolha.
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