POLÍTICA&NEGÓCIOS COM LUIZ BITTENCOURT
DINHEIRO PÚBLICO OFICIALMENTE DESPERDIÇADO
A TSE divulgou o valor do Fundo Público Eleitoral que será dividido entre os 35 partidos políticos existentes. R$ 1,7 bilhão de recursos do contribuinte destinar-se-á às campanhas políticas em todo o país. MDB receberá R$ 234 milhões, PT R$ 212 milhões, PSDB R$ 185 milhões, PP R$ 131 milhões, PSB R$ 118 milhões, PR R$ 113 milhões, PSD R$ 112 milhões e os 28 restantes receberão quantias abaixo de R$ 100 milhões, sendo que os seis lanternas do ranking, os nanicos, receberão R$ 980 mil cada um.
Não há justificativa plausível para o elevado custo das eleições brasileiras e é um despautério esse dinheiro ser debitado na conta do contribuinte.
FAKE NEWS NA CAMPANHA
Enquanto quase R$ 2 bilhões de recursos do contribuinte são despejados no descontrolado fundo criado para subsidiar campanhas eleitorais, a justiça eleitoral está mergulhada até o pescoço no bloqueio de possíveis Fake News, provavelmente dispendendo mais uma gigantesca quantidade de recursos do contribuinte para evitar que se fale mal de político. Ao mesmo tempo tem presidiário querendo se candidatar e é possível que consiga seu registro. É para isso que serve a justiça eleitoral?
ETERNO ESTELIONATO ELEITORAL
O Globo publicou domingo entrevista com quatro pré-candidatos a Presidência da República, a saber: Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Álvaro Dias, sobre seus entendimentos no que diz respeito à Petrobrás. Todos entendem que o Estado deve ter o controle acionário da empresa, mas não deve ter ingerência nas decisões da companhia. Essas duas percepções são divergentes e até se conflitam. Continuamos a sofrer a dissimulada sensação que os candidatos nos impõem, invalidando nossos votos. Os candidatos não dizem o que pensam. Usam discurso que entendem que nós, eleitores, gostaríamos de ouvir.
Quando o assunto é polêmico, blefam e tangenciam o tema. Exemplo de que permanecemos reféns do estelionato eleitoral.
MARCAS NA COPA DO MUNDO DA FIFA
O futebol concentra a atenção de muitos países e a Copa do Mundo se transforma em palco de competição também entre as principais marcas de material esportivo. Segundo matéria do Valor Econômico, das 32 seleções que disputam o mundial, 22 (68%) utilizam material Nike (10 seleções, entre elas Brasil, França e Inglaterra) ou Adidas (12 seleções, entre elas Argentina, Alemanha e Espanha). A estratégia de marketing desses conglomerados passa pelo fornecimento de material esportivo para as seleções nacionais e suas publicidades alcançam juntas US$ 3 bilhões/ano. A terceira posição fica com a americana Under Armour, seguida da alemã Puma. Mercado em franca expansão.
VIAGENS CONVENIENTES COM RECURSOS PÚBLICOS
Com a viagem do Presidente da República para participar de reunião de cúpula do Mercosul, em Assunção, Paraguai, os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado Federal, Eunício Oliveira, evitando assumir a Presidência da República, o que inviabilizaria suas candidaturas a reeleição, arranjaram viagens ao exterior. Com isso a Presidente do STF assumiu ontem a Presidência da República, enquanto o Presidente estiver no exterior.
Como as viagens dos presidentes da Câmara e do Senado têm motivação exclusivamente particular, não deveriam onerar os cofres públicos.
PRIVATIZAÇÃO DA ELETROBRÁS
BNDES publicou edital estabelecendo condições de desestatização de seis distribuidoras da Eletrobrás (Boa Vista, Alagoas, Piauí, Rondônia, Acre e Amazonas), iniciando o processo de privatização da Eletrobrás. Entre 2012 e 2015, o prejuízo da Eletrobrás acumulou R$ 30 bilhões, assumidos pelo contribuinte, de acordo com manifestação do Presidente da CNI.
Avança lentamente a redução do tamanho do Estado.
BENEFÍCIOS FISCAIS INJUSTOS
Jorge Rachid, Secretário da Receita Federal, reconheceu ontem em entrevista a Folha de São Paulo, que os benefícios tributários, alcançando 4% do PIB (o dobro da média mundial), privilegiam alguns, mas oneram todos, o que decididamente não é justo. A dificuldade de corrigir essa disformidade está na necessidade da aprovação pelo Congresso Nacional. Sugere, ainda, a horizontalização do sistema, reduzindo as alíquotas, mas com todos pagando.
A extrema complexidade do sistema tributário nacional exige debate e urgência em sua simplificação.