POLÍTICA&NEGÓCIOS
PINGA FOGO
Luiz Bittencourt
RIO DE JANEIRO COM CHUVA
DESARRANJO GENERALIZADO
Por bem ou por mal, a cidade do Rio de Janeiro sempre se sobressai no noticiário nacional.
Qualquer chuva um pouco mais encorpada trás enormes transtornos ao município.
No início da semana uma forte chuva propagou estragos por toda a cidade, alagando ruas, derrubando árvores e encostas, interrompendo circulação de ônibus e trens, travando literalmente as atividades econômicas e causando a morte de diversas pessoas.
Causas são diversas, mas a base está na desenfreada corrupção e na irresponsabilidade política que desagua em infinidade de ausências.
Ausência de gestão na normatização e na fiscalização de edificações, causando desordenada ocupação territorial; ausência de educação da população na destinação do lixo; ausência de planejamento e respectivos investimentos em galerias pluviais, contenção de encostas, captação de águas das chuvas, etc., etc., etc.
O conjunto de impropriedades que se acumulou ao longo de muitas administrações resultou nessa tragédia que trouxe muito pânico aos cariocas.
Como parte da solução, a Prefeitura do Rio de Janeiro decretou estado de calamidade pública, viabilizando a captação de recursos federais e transferindo para o contribuinte nacional problemas específicos oriundos das más gestões cariocas, além de, convenientemente, dispensar licitações, por 180 dias.
Problemas do Rio devem ser resolvidos pelo Rio.
Por outro lado, é público e notório que a centralização da arrecadação no governo federal produz incontornáveis carências financeiras nos estados e nos municípios.
A construção de um novo Pacto Federativo corrigirá distorções e carreará recursos vinculados diretamente para Estados e Municípios, irrigando os investimentos públicos.
Em compensação, o fluminense precisa refinar a escolha de seus representantes.
CARNE E COURO AMEAÇADOS
BURGER KING
Inovativa parceria entre a bilionária empresa de fast-food Burger King e a startup Impossible Foods possibilitará o consumidor saborear um hambúrguer, sem a necessidade de sacrificar um animal.
Diversos restaurantes de St. Louis testam esse novo alimento com enorme sucesso, preocupando a indústria frigorífica e, por conseguinte, os setores de pecuária e de couros.
A matéria-prima utilizada no hambúrguer possui idêntico sabor e similar textura à proteína animal, utiliza 75% menos água, reduz em 87% as emissões de gases do efeito estufa (comparando com o uso de produto animal) e exige 95% menos terra.
A ameaça ao setor frigorífico reside na oferta de competitivo produto sucedâneo, alimentado pelo acelerado crescimento tanto de vegetarianos quanto de veganos (600% de 2012 a 2017, segundo Global Data) e pela progressiva compulsão mundial pelo bem-estar animal.
No caso dos curtumes, a consequente queda nos abates escasseará a matéria-prima e se somará à exitosa concorrência dos materiais alternativos (plásticos em sua maioria) e à robusta desvalorização da matéria-prima no mercado internacional, prenunciando dias ainda mais aflitivos.
Inovação se combate com inovação.
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